*Por Martha Marques
Saber quando caem os feriados é uma daquelas informações que ajudam a organizar o ano — seja para planejar a agenda dos colaboradores, antecipar demandas no trabalho ou simplesmente proporcionar períodos de descanso com mais consciência. Em 2025, o calendário traz oportunidades de emenda e datas comemorativas que movimentam o comércio. Para o RH, são dias que merecem atenção redobrada para garantir que a lei trabalhista seja cumprida.
📘 Neste artigo, você vai ler sobre:
🔺 Os feriados nacionais do calendário de 2025
🔺 As datas com chance de virar feriadão
🔺 Diferença entre feriado, ponto facultativo e data comemorativa
🔺 Feriados estaduais e municipais com exemplos por região
🔺 O impacto dos feriados na economia e no turismo
🔺 Questões trabalhistas e recomendações para o RH
🔺 Dicas para organizar férias, eventos e campanhas promocionais
Seja você gestor de RH, empreendedor ou alguém que só quer montar o próximo roteiro de viagem, vem com a gente — esse conteúdo vai ajudar a tirar o melhor proveito de cada pausa do ano!
Confira as datas que já estão no calendário oficial de 2025 e devem ser consideradas no planejamento das empresas.
Saber com antecedência os feriados nacionais ajuda muito quem organiza escalas, metas e produtividade ao longo do ano. Para profissionais de RH e gestores, essas datas impactam diretamente o planejamento de férias coletivas, revezamento de equipes e até a organização de treinamentos e ações internas.
Veja o calendário nacional de 2025 com os feriados oficiais:
Essas datas devem estar no radar para organizar folgas e ajudar líderes e gestores a prever possíveis impactos em prazos, entregas e atendimento ao cliente. E como veremos a seguir, algumas dessas datas ainda oferecem a chance de uma folguinha extra.
Veja quais datas abrem espaço para feriadões e o que isso muda no planejamento das empresas.
Os chamados “feriadões” costumam ser bem recebidos pelos colaboradores, mas também exigem atenção de quem está à frente da operação. Para o RH, esse tipo de pausa pode afetar produtividade, escalas e até o clima organizacional — especialmente se houver comunicação falha ou falta de alinhamento entre áreas.
Abaixo, listamos os feriados nacionais de 2025 que caem em segundas, quintas ou sextas-feiras — datas que tradicionalmente abrem margem para emendas:
E tem mais: pontos facultativos e as datas estaduais ou municipais também podem se transformar em oportunidades de folga estendida. Mas isso depende da política de cada empresa e da definição de compensações.
Por isso, vale a pena se antecipar: alinhar expectativas com as lideranças, revisar o calendário oficial da cidade e organizar possíveis folgas ou horas extras de forma clara e planejada.
Entenda o que muda entre feriado, ponto facultativo e data comemorativa — e como cada um deve ser tratado na empresa.
Nem toda data marcada no calendário oficial significa folga garantida. E essa distinção pode gerar dúvidas na equipe — especialmente quando envolve pontos facultativos ou datas comemorativas que aparecem em calendários escolares, comerciais ou religiosos. Vamos entender a diferença entre eles.
É uma data em que os órgãos públicos decidem se haverá expediente ou não. Na iniciativa privada, a liberação dos colaboradores depende da política da empresa. Exemplos típicos são o Carnaval e o Corpus Christi.
Essas datas marcam eventos culturais, profissionais ou simbólicos (como o Dia da Mulher ou o Dia do Cliente). Elas não são feriados nem pontos facultativos e, por isso, não impactam a jornada de trabalho — mas podem inspirar ações internas, campanhas e eventos.
Aqui, sim, o expediente é interrompido por força de lei. Pode ser nacional, estadual ou municipal. E o não cumprimento, quando aplicável, pode gerar implicações legais para a empresa.
Para evitar ruídos na comunicação interna, o RH pode preparar um calendário corporativo logo no início do ano — deixando claro quais dias serão feriados oficiais, quais terão ponto facultativo e quais seguirão com expediente normal.
Entenda o que está por trás da criação de um feriado e quem tem poder para oficializar essas datas.
A criação de um feriado no Brasil segue critérios legais bem definidos. Isso é importante para o RH e gestores entenderem por que certas datas são obrigatórias em algumas regiões e facultativas em outras.
No nível nacional, os feriados só podem ser criados por lei federal. Ou seja, é preciso que o Congresso aprove e o presidente sancione. Atualmente, temos 9 feriados nacionais definidos dessa forma.
Já no âmbito estadual e municipal, a criação depende de lei estadual ou municipal, aprovada pela respectiva assembleia legislativa ou câmara de vereadores. No caso dos municípios, a legislação brasileira permite até quatro feriados religiosos locais, além dos nacionais.
Uma curiosidade: mesmo datas amplamente celebradas, como o Dia de São João (24 de junho) ou o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), só se tornam feriados quando uma lei local é criada e sancionada — por isso, em algumas cidades é feriado, em outras não.
Para empresas com atuação em mais de uma cidade ou estado, isso exige atenção redobrada. A recomendação é sempre acompanhar os calendários oficiais das prefeituras e governos estaduais onde a empresa opera.
Entenda os direitos e deveres de empresas e colaboradores segundo a legislação trabalhista.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é clara quanto ao funcionamento em feriados. De acordo com o artigo 70, o trabalho em feriados civis e religiosos é proibido, salvo nos casos em que a legislação ou convenções coletivas autorizem.
Mas o que isso significa na prática? Que empresas só podem exigir trabalho em feriados quando há permissão legal — como em serviços essenciais (hospitais, farmácias, segurança, transporte público etc.) — ou quando isso estiver previsto em acordos sindicais ou convenções coletivas. Nesses casos, o trabalhador tem direito a:
⭕ Remuneração em dobro, sem prejuízo do descanso semanal remunerado
ou
⭕ Folga compensatória, a ser acordada entre empregador e empregado
Se a empresa exigir o trabalho em feriados sem respaldo legal ou sem compensação, pode sofrer sanções administrativas e ações trabalhistas. Por isso, é fundamental que o RH conheça as regras da categoria e tenha os acordos registrados.
E atenção: os pontos facultativos não estão cobertos pela CLT, já que são definidos por órgãos públicos e podem (ou não) ser adotados pelas empresas privadas, conforme decisão interna.
A dúvida é comum e a resposta depende da interpretação legal e dos acordos da empresa.
Com o aumento do home office e das contratações remotas, muitas empresas passaram a ter colaboradores atuando em diferentes cidades — e isso levanta uma questão prática: qual feriado deve ser seguido quando o colaborador trabalha de casa? O do município da empresa ou o do domicílio do funcionário?
A legislação trabalhista brasileira ainda não traz um artigo específico sobre o tema. Por isso, para evitar dúvidas e conflitos, o ideal é que as empresas estabeleçam regras claras em contrato ou política interna, prevendo como será o tratamento de feriados no modelo remoto. Isso traz segurança jurídica e evita interpretações ambíguas.
Veja o que dizem os dados sobre o número de feriados no Brasil e como nos comparamos com o resto do mundo.
Essa é uma pergunta que volta e meia aparece em rodas de conversa e até em reuniões de planejamento: o Brasil tem mesmo “feriado demais”? A impressão de que o calendário nacional é repleto de pausas pode até parecer verdadeira, mas os dados mostram um cenário mais equilibrado.
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil tem, em média, 12 feriados nacionais por ano. Quando comparamos com outros países, estamos em linha com a maioria das nações. Veja alguns exemplos:
🔹 Japão: 16 feriados nacionais
🔹 Colômbia: 18 feriados nacionais
🔹 Índia: até 21 feriados, variando por região
🔹 Espanha: 14 feriados, somando nacionais e regionais
🔹 Estados Unidos: 10 feriados federais, mas com feriados estaduais adicionais
Ou seja, o Brasil não está entre os países com mais dias de folga. A percepção de “excesso” acontece principalmente quando os feriados caem em terças ou quintas, abrindo margem para emendas. E como nosso território é grande e diverso, há ainda os feriados estaduais e municipais — o que aumenta a sensação de frequência, mas não o número de folgas fixas para todos.
Para o RH, vale lembrar: o que pode parecer um desafio logístico também é uma oportunidade. Bem aproveitados, os feriados servem para melhorar o clima organizacional, fortalecer a cultura da empresa e oferecer momentos de respiro que fazem diferença no bem-estar da equipe.
Orientação clara evita mal-entendidos e ajuda no planejamento de toda a equipe.
Uma comunicação bem feita sobre feriados, emendas e pontos facultativos evita surpresas e garante que todos saibam exatamente como será o funcionamento da empresa nessas datas.
Como vimos, o primeiro passo é ter um calendário anual bem definido, considerando os feriados nacionais, estaduais e municipais. Ele deve ser compartilhado com antecedência com todas as áreas. Vale usar o mural físico, a intranet, o e-mail ou até ferramentas de gestão, como o portal do colaborador — o importante é que a informação esteja visível e atualizada.
Quando for decretado um ponto facultativo ou houver uma alteração de expediente, o ideal é comunicar com alguns dias de antecedência. Mesmo que o ponto facultativo seja definido pelos órgãos públicos, cada empresa pode decidir se vai aderir ou não — e essa decisão precisa ser clara.
Se houver compensação de horas (emendas, por exemplo), explique como será feita: banco de horas, folga posterior ou outro modelo. E lembre-se: acordos como esses devem estar documentados, principalmente em empresas que seguem convenções coletivas.
Também vale incluir no comunicado informações sobre o que muda no atendimento ao cliente, prazos de entrega e suporte, se for o caso. Isso ajuda a alinhar expectativas e mostra cuidado com quem está dentro e fora da empresa.
A resposta depende do objetivo: descansar mais ou otimizar os dias de folga?
Essa é uma dúvida comum — e faz sentido. Afinal, quem não gostaria de emendar feriados com férias e aproveitar ainda mais o tempo livre? Mas escolher o melhor momento exige atenção a alguns detalhes.
Se a ideia for prolongar o descanso, emendar as férias com feriados pode ser vantajoso. Por exemplo: se o feriado cai numa quinta-feira e a pessoa já vai sair de férias na semana seguinte, antecipar a folga para a quarta-feira pode render mais dias em casa sem perda de produtividade.
Agora, se a intenção for aproveitar ao máximo os dias de férias sem “perder” feriados, o ideal é programá-las fora dos períodos com datas comemorativas. Isso porque os feriados são remunerados normalmente, e, ao incluí-los nas férias, o colaborador deixa de ter dois períodos de descanso distintos.
Também vale considerar a sazonalidade de cada setor. Em áreas mais afetadas por volume de trabalho em determinadas épocas, programar férias longe de feriados pode ajudar na organização das equipes e na continuidade das atividades.
Ou seja: não existe uma única resposta certa. O melhor momento depende do que faz mais sentido para a pessoa e para o fluxo de trabalho da empresa.
Dependendo do setor, um feriado pode significar prejuízo… ou lucro.
Os feriados impactam a economia de formas diferentes, e tudo depende do segmento. Para alguns setores, como comércio, indústria e serviços, as pausas no calendário podem representar queda na produção e aumento dos custos operacionais — especialmente quando há pagamento de horas extras ou trabalho em dobro.
Por outro lado, setores como turismo, hotelaria, gastronomia e entretenimento costumam se beneficiar. Um feriado prolongado, por exemplo, pode movimentar hotéis, companhias aéreas, bares, restaurantes e atrações locais.
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), feriados prolongados podem gerar bilhões em faturamento para o setor turístico. Em contrapartida, em setores industriais e logísticos, os mesmos feriados costumam ser apontados como responsáveis por perda de produtividade e encarecimento da operação.
Outro ponto que influencia bastante é a logística: empresas que dependem de entregas, transportes e prazos curtos sentem mais os efeitos de datas paradas, especialmente em regiões onde há feriados municipais que não afetam o restante da cadeia.
Por isso, repisamos: conhecer o calendário com antecedência e entender o comportamento do mercado em torno dessas datas ajuda empresas a se prepararem melhor — seja para aumentar o estoque, reorganizar turnos, criar promoções ou reforçar o atendimento.
Em datas comemorativas e feriados, os preços costumam subir — mas dá pra se planejar.
Quem já tentou reservar um hotel ou pousada em cima da hora, perto de um feriado, sabe: os preços costumam disparar. Isso acontece por causa da sazonalidade, um conceito usado no turismo para se referir às épocas do ano em que há maior ou menor demanda por hospedagem.
Feriados prolongados, como Carnaval, Corpus Christi e Natal, estão entre os períodos de alta temporada — ou seja, quando os preços sobem e as vagas costumam esgotar rápido. Isso vale para destinos de praia, serra, interior ou capitais com grande fluxo de visitantes.
Em contrapartida, baixa temporada são os períodos entre os feriados e as férias escolares. Nessas datas, é comum encontrar promoções, descontos e pacotes mais acessíveis.
Além do calendário, o clima e os eventos regionais também influenciam os preços. Por exemplo: julho é alta temporada em cidades serranas, mesmo sem feriado, por conta do frio. Já em setembro, o feriado da Independência costuma lotar destinos litorâneos.
Por isso, se a ideia é aproveitar um feriado sem gastar muito, a dica é antecipar a reserva e buscar hospedagens com políticas flexíveis. Comparar preços com antecedência e fugir dos destinos mais concorridos também pode ajudar a economizar — sem abrir mão do descanso.
Uma questão histórica que ainda gera dúvidas — e algumas controvérsias.
O Brasil é, oficialmente, um Estado laico desde a promulgação da Constituição de 1891. Isso significa que o país não adota uma religião oficial e deve garantir liberdade religiosa para todos os cidadãos. No entanto, diversos feriados católicos continuam sendo celebrados oficialmente, como Natal, Sexta-feira Santa e Corpus Christi.
Essa aparente contradição tem raízes históricas e culturais. Durante o período colonial e imperial, o catolicismo era a religião oficial do Estado. Muitas datas comemorativas que hoje são feriados foram instituídas ainda nesse contexto — e acabaram se mantendo ao longo dos anos por força da tradição e da legislação.
O próprio artigo 1º da Lei nº 10.607/2002, que lista os feriados nacionais, inclui o Natal (25 de dezembro) e o Dia de Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), por exemplo. Além disso, muitos feriados municipais são criados em homenagem a padroeiros locais, o que também é permitido por lei.
É importante lembrar que, embora o Estado seja laico, a cultura brasileira foi moldada por influências religiosas fortes, especialmente do catolicismo. Isso explica por que essas datas ainda são celebradas — não por imposição religiosa, mas por reconhecimento histórico e cultural.
Perguntas frequentes sobre feriados no Brasil — e respostas claras para tirar dúvidas comuns.
Feriado é uma data oficial definida por lei em que a maioria das atividades são suspensas. Já o ponto facultativo depende da decisão da empresa ou do órgão público — ou seja, é opcional.
Sim, em algumas áreas, como saúde, segurança, turismo e comércio, o trabalho pode ser exigido mesmo em feriados. Nesses casos, o colaborador tem direito a folga compensatória ou pagamento em dobro, conforme a CLT.
Se o feriado for oficial e a empresa não estiver funcionando, não há prejuízo. Mas, se a empresa decidir manter o expediente e o colaborador faltar sem justificativa, pode haver desconto no salário e advertência.
Não. Feriados municipais são válidos apenas no município onde foram decretados. Empresas de outras cidades ou estados não são obrigadas a segui-los.
Sim, desde que acordado entre empregador e empregado, respeitando as regras do banco de horas ou da compensação prevista em convenção coletiva.
Atualmente, o Brasil possui 9 feriados nacionais definidos por lei federal. Além disso, estados e municípios podem criar datas comemorativas locais.
O Natal é o feriado mais celebrado no país, tanto pela tradição cultural quanto por seu caráter familiar e simbólico.
Feriados são muito mais do que uma pausa na rotina — eles envolvem história, cultura, legislação e até decisões estratégicas para empresas e trabalhadores. Saber o que está por trás dessas datas ajuda a planejar melhor o ano, seja para organizar o calendário do RH, programar férias ou entender o impacto no orçamento.
E como vimos ao longo do artigo, cada feriado traz consigo uma série de implicações — jurídicas, econômicas e até emocionais. Por isso, vale a pena manter o calendário por perto e usá-lo como uma ferramenta de planejamento e equilíbrio.
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*Martha Marques é jornalista e criadora de conteúdo há 20 anos. Para a Ticket, escreve sobre benefícios corporativos e o complexo e apaixonante mundo das relações de trabalho.
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