*Por Martha Marques Nogueira
A emenda do feriado já virou um baita quebra-cabeça na sua empresa? Pois é. Logo de cara, parece só uma folga esticada. Mas na verdade, é uma escolha que precisa ser bem pensada pelo RH.
Isso porque, pra empresa decidir dar folga pra todo mundo sem causar um problemão no dia a dia, tem muita coisa que precisa entrar na conta: regras da CLT, acordos coletivos, compensações, clima da equipe…
Entende como não é tão simples assim?
Agora pensa comigo: e se a empresa tivesse um bom plano de emenda de feriado, com escala organizada e tudo amarrado com as pessoas? A emenda deixa de ser dor de cabeça e vira descanso de verdade — tanto pra quem trabalha quanto pra quem organiza.
📘 Neste artigo, você vai ler sobre:
– O que significa emendar feriado e como isso funciona no Brasil
– Diferenças entre feriado, ponto facultativo e folga compensada
– O que diz a legislação e quem tem direito à emenda
– Como funciona a compensação e os impactos nas férias
– Benefícios para as empresas e critérios para decidir se vale a pena
– Exemplos de políticas internas e comunicação com os colaboradores
– Ferramentas que ajudam a manter o equilíbrio entre descanso e operação
Se você quer organizar a emenda de feriado sem complicação e com tudo no lugar, fica comigo que eu vou mostrar como fazer isso.
Emenda do feriado é quando a empresa dá folga em um dia útil que “encosta” no feriado, criando um período maior de descanso.
É o famoso feriadão. Sabe quando o feriado cai numa quinta-feira e a sexta vira folga também? Ou quando a segunda-feira é enforcada porque o feriado é na terça? Isso é o que a gente chama de emenda de feriado.
Essa prática não está prevista na lei, mas é bastante comum em empresas públicas e privadas. Mas mesmo sendo uma decisão da empresa, ela precisa ser feita com atenção, porque envolve gestão de horas, acordos com os colaboradores e, claro, planejamento para que a operação não fique descoberta.
O importante aqui é entender que emendar o feriado não é um direito automático do trabalhador — e também não é uma obrigação da empresa. Por isso, tudo vai depender do tipo de contrato, da política interna e dos acordos coletivos da categoria.
Alguns feriados têm mais chance de virar “feriadão” porque caem perto do fim ou começo da semana.
No Brasil, emendar feriado é quase uma tradição. E tem alguns feriados que são campeões nisso, justamente porque caem em uma terça ou quinta-feira — abrindo espaço pra folga na segunda ou sexta.
Veja os casos mais comuns:
– Tiradentes (21 de abril): quando cai numa quinta-feira, muita empresa libera a sexta.
– Corpus Christi: mesmo sendo ponto facultativo, costuma ser emendado na sexta.
– Independência (7 de setembro): em 2025, cai num domingo, mas em outros anos vira feriadão fácil.
– Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro): quando cai no meio da semana, pode virar emenda.
– Finados (2 de novembro): o famoso feriado de quinta ou sexta.
– Proclamação da República (15 de novembro): outro que vive gerando emendas.
– Natal e Ano Novo: dependendo do dia da semana, as empresas estendem a folga ou fazem acordos de compensação.
Esses exemplos variam de ano pra ano, claro. Mas o padrão é sempre o mesmo: quando o feriado cai “no meio do caminho”, muita gente considera esticar pra garantir um descanso mais longo.
Nem toda folga é feriado — e nem todo ponto facultativo precisa ser emendado.
Muita gente confunde esses termos, mas eles têm significados bem diferentes. E entender isso é importante pro RH não tropeçar nas regras.
Feriado é uma data oficial, definida por lei. Pode ser nacional, estadual ou municipal. Quando ele cai em dia útil, a regra geral é: o trabalhador tem direito à folga e não precisa compensar. Se a empresa decidir manter a operação, precisa pagar hora extra.
Já o Ponto facultativo não é feriado. É uma recomendação de folga que vale principalmente para órgãos públicos. No setor privado, a empresa pode decidir se vai liberar ou não os colaboradores — e se essa folga vai ser compensada depois.
Como a gente já viu, a emenda de feriado é quando a empresa liga um feriado a um dia útil, criando um período maior de descanso. Essa folga extra pode ser:
– dada sem compensação (como um benefício);
– ou liberada com a exigência de compensação depois, via banco de horas ou outro acordo.
Ou seja: enquanto o feriado é um direito garantido, a emenda e o ponto facultativo são decisões da empresa — e precisam estar bem combinadas com a equipe.
Em 2025, alguns feriados caem bem no meio da semana — e isso pode abrir espaço para emendas, dependendo da política da empresa.
O RH precisa ficar de olho no calendário logo no começo do ano. Isso ajuda a planejar escalas, combinar compensações com a equipe e evitar decisões de última hora.
Veja os feriados de 2025 que podem gerar emenda:
– 4 de março (terça-feira) – Carnaval → pode emendar com segunda (3)
– 1º de maio (quinta-feira) – Dia do Trabalho → pode emendar com sexta (2)
– 19 de junho (quinta-feira) – Corpus Christi → muitas empresas liberam a sexta (20)
– 25 de dezembro (quinta-feira) – Natal → possível emenda na sexta (26)
Essas datas são as mais comuns de virarem feriadão. E quanto mais cedo a empresa definir como vai lidar com elas, fica mais fácil organizar a operação sem estresse.
A lei trabalhista não menciona emenda de feriado, mas dá base para a empresa organizar folgas e fazer compensações.
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) não tem um artigo específico sobre emendar feriados. Ou seja: não existe uma regra que obrigue a empresa a liberar o dia útil entre um feriado e o fim de semana — mas também não tem nada que proíba isso.
O que a lei mostra, no entanto, são formas de organizar a jornada de trabalho com mais flexibilidade. O banco de horas, mencionado no artigo 59 da CLT, é uma das formas mais comuns de administrar as folgas. Com ele o RH pode:
– liberar o colaborador na emenda
– e compensar esse dia depois, dentro do prazo definido por lei ou por acordo coletivo
Outro ponto importante: a emenda não é considerada falta justificada se o trabalhador faltar por conta própria. Ou seja, se a empresa decidir manter o dia de trabalho entre o feriado e o fim de semana, quem faltar sem ter autorização pode ter desconto no salário ou até receber uma advertência, dependendo da política interna.
Resumindo: a emenda pode ser dada pela empresa, mas não é um direito automático do colaborador — e precisa estar combinada com antecedência. É como diz o ditado: o combinado não sai caro!
Algumas categorias já têm regras sobre emendas de feriado nos acordos coletivos ou convenções sindicais.
Antes de tomar qualquer decisão, o RH precisa consultar se existe acordo coletivo ou convenção coletiva que fale de emenda de feriado. Isso porque em muitos casos, o sindicato da categoria já tem uma regra sobre o que as empresas precisam fazer nos feriadões. Geralmente eles já determinam:
– liberação automática em determinadas datas
– obrigatoriedade de compensação
– limite de horas extras para cobrir folgas
– escalas específicas em setores que não podem parar
Por isso, mesmo, o que vale, na prática, é o que estiver definido no acordo da categoria.
E tem mais: se a empresa fizer parte de um sindicato patronal, também pode negociar esses pontos com o sindicato dos trabalhadores — inclusive propondo novas cláusulas para o próximo acordo.
O recado aqui é: nem tudo depende só da vontade da empresa. Se o acordo coletivo o que fazer sobre a emenda de feriado, é isso que a empresa deve fazer.
Se a empresa decidiu emendar o feriado, o dia não pode ser descontado — a não ser que isso tenha sido combinado antes.
Emendar feriado não é falta. Então, se a empresa liberou o dia, ela não pode descontar do salário do colaborador. Nesse caso, a folga é considerada um benefício ou faz parte de um acordo de compensação.
Agora, se a empresa não emendou o feriado, mas a pessoa decidiu faltar mesmo assim, aí é outra história. Aí sim pode haver:
– desconto no salário
– corte do descanso semanal remunerado
– e até advertência, dependendo da política da empresa
E tem mais: se a emenda for liberada com a condição de compensar depois — e isso estiver registrado no banco de horas ou num acordo individual/coletivo — o desconto só acontece se a pessoa não fizer essa compensação no prazo.
Por isso, tudo precisa ser bem comunicado. Quando o RH deixa claro como vai funcionar a emenda, evita mal-entendido, reclamação e surpresa na folha de pagamento.
Se o feriado ou a emenda caiu durante as férias, não tem folga extra depois.
Esse é um ponto que gera muita dúvida. Muita gente acha que, se pegou férias num período que teve emenda ou feriado, tem direito de “repor” esse dia depois. Mas não é assim que funciona.
A regra é simples: feriado dentro das férias já está incluído no descanso. Não dá direito a nenhum dia extra.
E a emenda? Também não muda nada. Se a empresa deu folga na sexta e a pessoa estava de férias naquela semana, ela já estava fora do expediente — então a emenda nem chega a contar.
A única exceção seria se a empresa adiantasse a emenda como parte das férias, num combinado prévio com o colaborador. Mas aí precisa estar tudo registrado certinho.
A empresa pode liberar o dia da emenda e pedir a compensação depois — mas isso precisa ser combinado com antecedência.
O jeito mais comum pra fazer a compensação é usar o banco de horas, previsto pela CLT. A empresa define com o time quando essas horas vão ser trabalhadas — antes ou depois da emenda. Isso pode ser feito por:
– jornada estendida em outros dias
– trabalho em um sábado
– troca por outro dia útil em que a empresa estará fechada
Mas atenção: tudo precisa ser acordado com o colaborador ou com o sindicato, dependendo da política da empresa. E tem que ser feito dentro do prazo legal, senão vira hora extra.
Resumindo: dá pra emendar e compensar, sim — desde que a regra esteja clara pra todo mundo.
Emendar feriados traz várias vantagens — inclusive pra empresa.
Quando a empresa se organiza e consegue planejar bem os feriados prolongados, o retorno aparece de vários jeitos. Dá uma olhada:
Folgas prolongadas ajudam a reduzir o estresse e melhorar o humor geral.
mostrar que a empresa se preocupa com o descanso também impacta na motivação.
Quando a empresa se antecipa, evita o famoso “atestado de véspera”.
Se a operação pode parar, desligar tudo por um dia pode sair mais barato do que manter equipes reduzidas.
Ao invés de horas acumuladas sem controle, a emenda vira uma oportunidade de organização.
Claro que nem toda área consegue parar, mas quando isso é possível e bem comunicado, a empresa colhe bons resultados.
Nem sempre dá pra parar tudo — por isso, a decisão de emendar o feriado precisa levar em conta o que funciona na prática pra cada negócio.
Antes de liberar geral, o RH pode fazer algumas perguntas-chave:
– A operação pode parar nesse dia sem prejuízo?
– Existe banco de horas disponível ou uma forma fácil de compensar depois?
– O sindicato da categoria permite esse tipo de folga?
– A equipe está sobrecarregada e precisa de um respiro?
– A empresa costuma ter alta ou baixa demanda nesse período?
Se a resposta for positiva pra maioria dessas perguntas, pode ser uma boa ideia emendar. Agora, se a operação depende de todos os setores funcionando ou se a data bate com períodos críticos (como fechamento de mês ou entregas grandes), talvez seja melhor manter o expediente normal.
O mais importante é: comunicar com antecedência, deixar todo mundo na mesma página e registrar tudo. Isso evita dúvidas, atritos e corre-corre na última hora.
Com organização e um bom alinhamento interno, dá pra liberar a equipe sem bagunçar o funcionamento da empresa.
A chave aqui é se antecipar. Em vez de decidir em cima da hora, o RH pode incluir o tema já no planejamento do ano, considerando os feriados e emendas mais prováveis.
Veja algumas ações práticas:
– Montar um calendário interno com os principais feriados e sugerir datas de emenda com antecedência
– Conversar com líderes de cada área pra entender o impacto de uma possível folga
– Usar escalas ou rodízios em setores que não podem parar
– Deixar claro como será feita a compensação, se for o caso
– Documentar tudo em e-mail, aviso ou comunicado interno — quanto mais transparente, melhor
Quando o RH assume esse papel de organizador, a emenda deixa de ser um improviso e vira parte da rotina, sem surpresa nem confusão.
Seja pra liberar ou manter o expediente, o importante é avisar com clareza e antecedência. O tom certo evita ruído e mostra respeito com o time.
Aqui vão dois modelos prontos que o RH pode adaptar conforme a decisão da empresa:
Assunto: Comunicado – Emenda de feriado
Olá, equipe!
Informamos que, em função do feriado do dia [inserir data e nome do feriado], a empresa também concederá folga no dia [inserir data da emenda], formando um período de descanso prolongado para todos os colaboradores.
A folga será [informar se será compensada ou não] conforme nossa política interna. Em caso de compensação, as horas serão distribuídas nos dias [detalhar como será feita a compensação, se aplicável].
Reforçamos a importância de manter o bom andamento das entregas até lá. Em caso de dúvidas, procure seu gestor direto ou o RH.
Bom descanso!
[Assinatura do RH ou nome da empresa]
Assunto: Comunicado – Expediente normal após o feriado
Olá, equipe!
Em função do feriado no dia [inserir data e nome do feriado], informamos que o expediente será mantido normalmente no dia útil seguinte ([inserir data]).
Sabemos que feriados prolongados são desejados por muitos, mas neste momento a operação da empresa exige atenção total nesse período. Contamos com o compromisso de todos para manter o ritmo e a qualidade do trabalho.
Pedimos que, em caso de necessidade específica de ausência, a solicitação seja feita diretamente com o gestor da área.
Agradecemos desde já a compreensão.
[Assinatura do RH ou nome da empresa]
Aqui estão algumas perguntas que costumam chegar ao RH quando o assunto é emendar feriado — e respostas simples pra cada uma delas.
Se a compensação foi acordada com antecedência e está dentro da política da empresa ou de um acordo coletivo, ela é obrigatória. Caso contrário, o RH precisa alinhar individualmente.
Sim. Mesmo que o clima da empresa seja informal, registrar a decisão evita mal-entendidos e dá segurança jurídica.
De novo, depende da política da empresa. Se o setor emendar o feriado, o ideal é manter o mesmo critério para todos — incluindo estagiários e aprendizes — com os mesmos critérios de compensação (se houver).
Pode sim, desde que o saldo esteja positivo e o colaborador concorde. O uso do banco precisa ser transparente e dentro do que a empresa já pratica.
Sim. Se a empresa vai fechar, a pessoa não pode exigir trabalhar. Mas o RH deve deixar claro se a folga será abonada ou compensada depois.
Com os recursos certos, fica mais fácil organizar as emendas de feriado sem travar a operação ou sobrecarregar o time.
Quando o RH conta com ferramentas de gestão e benefícios flexíveis, o trabalho de equilibrar descanso e produtividade ganha reforço. Veja algumas soluções que fazem diferença nesse momento:
Ajudam a organizar as compensações de forma clara, com relatórios e alertas de saldo.
Ideais para setores que não podem parar, garantindo que todos tenham chance de folga sem desfalque na equipe.
Facilitam o envio de comunicados e reduzem dúvidas de última hora.
Assim, quando o RH usa esse tipo de apoio, a organização da emenda vira uma tarefa simples — e o clima entre empresa e equipe tende a melhorar.
Emendar feriado pode ser um presentão pro time — mas também um desafio pro RH se não houver organização.
Por isso, o segredo está no equilíbrio. Afinal, quando a empresa se planeja, respeita os acordos coletivos, comunica com clareza e pensa em formas justas de compensação, a emenda deixa de ser dor de cabeça e vira descanso de verdade.
E pra isso, o RH tem um papel importante: pensar no calendário com antecedência, ouvir os gestores, ajustar escalas e deixar tudo alinhado com a realidade da empresa.
Com ferramentas certas, políticas bem definidas e uma comunicação transparente, dá pra passar pelos feriados prolongados sem estresse — e ainda melhorar o clima da equipe.
Desse modo, se a sua empresa ainda não tem uma rotina clara pra lidar com as emendas de feriado, esse é um bom momento pra começar.
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*Martha Marques Nogueira é jornalista e criadora de conteúdo há 20 anos. Para a Ticket, escreve sobre benefícios corporativos e o complexo e apaixonante mundo das relações de trabalho.
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