
*Por Martha Marques Nogueira
Por que tantas vezes a gente sabe o que deveria fazer, mas acaba escolhendo o contrário? Essa é uma pergunta que a economia comportamental tenta responder. E quando falamos em benefícios corporativos, esse campo de estudo pode trazer respostas valiosas.
Os cartões de benefícios são ferramentas poderosas para apoiar colaboradores. Mas será que eles são usados da forma mais eficiente? Muitas vezes, não. É aí que entra a economia comportamental em cartões de benefícios, trazendo insights para melhorar a experiência, aumentar o engajamento e gerar valor tanto para quem usa quanto para quem oferece.
Continue a leitura e descubra como pequenas mudanças podem gerar grandes resultados.
Se você acha que todas as decisões financeiras são tomadas de forma racional, é hora de rever esse conceito. A economia comportamental mostra exatamente o contrário: fatores como emoções, contexto social e até a forma como uma opção é apresentada influenciam escolhas que, na teoria, deveriam ser lógicas.
O campo ganhou força a partir dos anos 1970, com os trabalhos de Daniel Kahneman e Amos Tversky, que demonstraram como vieses cognitivos afetam decisões no dia a dia.
Mas afinal, o que são esses vieses? São atalhos mentais que o cérebro usa para economizar energia e tomar decisões rápidas. Só que, muitas vezes, eles nos levam a escolhas menos vantajosas. O viés da confirmação, por exemplo, faz com que a gente procure apenas informações que reforçam o que já acredita. Já o efeito manada explica por que seguimos o grupo, mesmo quando a melhor opção seria outra. Outro caso bem comum é a aversão à perda: perder R$ 50 causa mais incômodo do que ganhar os mesmos R$ 50 traz de alegria.
E não é só na economia que isso aparece. A lógica dos vieses está por toda parte:
Percebe a força disso? Pequenas mudanças no jeito de apresentar as opções transformam completamente o comportamento.
Sem tirar a liberdade de escolha, a economia comportamental mostra que contexto e percepção têm tanto peso quanto razão e números.
E quando trazemos esses conceitos para dentro da empresa? A economia comportamental em cartões de benefícios ajuda a entender por que muitos colaboradores não aproveitam o saldo de forma planejada. Também, como pequenas mudanças que o RH pode fazer no dia a dia melhoram esse cenário.
Pense em um exemplo simples: um colaborador recebe o cartão no início do mês e, em poucos dias, já esgota boa parte do saldo pedindo refeições por delivery. O uso é legítimo, claro, mas será que foi a escolha mais estratégica? Ou será que conveniência, influência dos colegas ou a pressa falaram mais alto? É exatamente nesse ponto que a economia comportamental mostra seu valor: revelar os fatores invisíveis que moldam decisões.
E tem mais: não é só sobre gastar ou não gastar. É sobre como contexto, comunicação e design das escolhas ajudam o colaborador a perceber o verdadeiro valor do benefício. Uma simples comunicação pode incentivar a trocar um consumo impulsivo por algo que sustente energia e bem-estar ao longo do mês.
Na prática, a economia comportamental aplicada a cartões de benefícios mostra que o RH não precisa mudar o benefício em si. Basta ajustar o jeito como ele é apresentado, usado e lembrado para transformar a experiência. Afinal, se decisões nem sempre são racionais, por que não criar ambientes que tornem as melhores escolhas mais fáceis?
Quais são, afinal, os princípios da economia comportamental que mais ajudam a melhorar o uso dos cartões de benefícios? A boa notícia é que não estamos falando de teorias complicadas, mas de mecanismos simples que fazem diferença no dia a dia.
Pequenos ajustes na forma de apresentar as opções mudam resultados. No contexto dos benefícios, o RH pode destacar, em suas comunicações internas, estabelecimentos parceiros que oferecem refeições balanceadas ou opções mais acessíveis. Ao organizar a informação dessa maneira, facilita o acesso a escolhas vantajosas sem limitar a liberdade de decisão do colaborador.
As pessoas sempre comparam. Se o RH informa que a média de gasto mensal em alimentação saudável dentro da empresa está em torno de R$ 250, o colaborador tende a usar esse valor como referência. Essa ancoragem ajuda a criar parâmetros de uso mais consistentes e evita tanto desperdício quanto subutilização do benefício.
Perder pesa mais do que ganhar. O RH pode, por exemplo, incluir lembretes em suas campanhas de endomarketing ressaltando que “saldo não utilizado fica subaproveitado” ou que “a empresa garante acesso mensal ao benefício, mas cabe ao colaborador decidir como aproveitar melhor”. Esse enquadramento torna a mensagem mais impactante do que apenas falar em “aproveitar como quiser”.
Colaboradores respondem melhor a estímulos rápidos. Por isso, o RH pode criar desafios internos de bem-estar com métricas simples: quem registrar uso frequente do benefício em estabelecimentos saudáveis ou diversificados pode receber um reconhecimento simbólico. Não precisa ser financeiro: pode ser visibilidade em comunicados internos ou pequenos prêmios de cultura organizacional.
Em resumo, aplicar esses princípios não exige reinventar o cartão de benefícios, mas sim repensar como o RH comunica, organiza e monitora o programa. É nesse detalhe que a economia comportamental transforma boas intenções em resultados concretos.
Por que o RH deveria olhar com atenção para a economia comportamental em cartões de benefícios? Porque quando os colaboradores usam melhor seus benefícios, todos saem ganhando.
Com isso, o RH está construindo uma experiência com o colaborador . E quando a economia comportamental em cartões de benefícios é aplicada, essa experiência se torna mais inteligente, transparente e vantajosa para todos.
Teoria é importante, mas o RH precisa de cenários reais para enxergar o impacto da economia comportamental em cartões de benefícios. Veja como os princípios podem se traduzir na prática com as soluções da Ticket.
O desafio: alguns colaboradores concentram quase todo o saldo em grandes compras no início do mês, correndo o risco de não manter equilíbrio ao longo das semanas.
O que o RH pode fazer: usar comunicações internas com dicas de planejamento, mostrando como pequenas compras semanais mantêm a geladeira sempre abastecida. Aqui, aplicamos o efeito ancoragem, oferecendo uma média de consumo ideal como referência.
O desafio: pedidos repetitivos em delivery, influenciados pelo efeito manada, acabam encurtando a duração do saldo.
O que o RH pode fazer: propor desafios de bem-estar ou campanhas de diversidade alimentar, estimulando os colaboradores a explorar diferentes restaurantes conveniados. Esse tipo de ação funciona como um nudge, incentivando variedade sem restringir a escolha individual.
O desafio: como o cartão integra categorias como alimentação, refeição, saúde, educação, bem-estar e home office, alguns colaboradores podem usar tudo em uma única frente, sem perceber outras possibilidades de valor.
O que o RH pode fazer: organizar campanhas internas com exemplos práticos de uso em diferentes categorias, mostrando o quanto a flexibilidade amplia o impacto do benefício. Nesse caso, princípios como aversão à perda (“não deixe de aproveitar as outras categorias disponíveis”) ajudam a despertar atenção.
Na prática, a aplicação da economia comportamental nesses três produtos mostra que o RH não precisa investir mais para gerar valor. O segredo está em comunicar melhor, criar referências e facilitar decisões equilibradas.
Como aplicar tudo isso na rotina? Aqui vai um roteiro prático:
É o uso de princípios psicológicos e econômicos para incentivar colaboradores a fazerem escolhas mais vantajosas no uso dos seus cartões.
Quais são os principais vieses que afetam o uso?
Preferência pelo presente, aversão à perda e efeito enquadramento são os mais comuns.
Com pequenas mudanças no app, como destacar saldo próximo do vencimento ou sugerir opções de compra mais saudáveis.
Mais engajamento, menos desperdício e clareza no retorno do investimento em benefícios.
Sim. A economia comportamental é um campo consolidado, com estudos de Daniel Kahneman, Richard Thaler e Cass Sunstein, amplamente aplicados em políticas públicas e consumo.
Falar em benefícios é falar em comportamento humano, em escolhas que nem sempre seguem a lógica, mas que definem como cada colaborador percebe o cuidado da empresa com o seu bem-estar.
A economia comportamental em cartões de benefícios mostra que o RH pode ir além da simples concessão do recurso. Ao entender vieses, gatilhos e padrões de decisão, abre espaço para estruturar políticas que orientam o uso de forma mais inteligente. Sem impor regras, mas oferecendo caminhos claros.
Quando isso acontece, o saldo rende mais, os colaboradores se sentem valorizados e a empresa ganha eficiência e engajamento. É uma via de mão dupla: de um lado, liberdade de escolha; do outro, incentivo a decisões que fortalecem saúde, produtividade e motivação.
Sim, os cartões de benefícios já são poderosos. Mas, quando aliados à economia comportamental, eles deixam de ser apenas uma ferramenta e se transformam em um diferencial estratégico na experiência do colaborador.
Sobre nós:
A Ticket faz parte do grupo Edenred e há mais de 45 anos ajuda empresas e pessoas a viverem melhor o dia a dia. Somos pioneiros em benefícios no Brasil. Oferecemos soluções como Ticket Alimentação, Ticket Restaurante e o novo Cartão Multibenefícios Ticket, que integra benefícios de mobilidade, cultura, bem-estar e educação em uma única experiência. Hoje estamos presentes em mais de 720 mil estabelecimentos em todo o país, aproximando empresas, pessoas e possibilidades.
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*Martha Marques Nogueira é jornalista e criadora de conteúdo há 20 anos. Para a Ticket, escreve sobre benefícios corporativos e o complexo e apaixonante mundo das relações de trabalho.
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