*Por Martha Marques Nogueira
Será que dá pra equilibrar os diferentes jeitos de viver, comer, se cuidar e se deslocar numa única política de benefícios? O RH vive esse dilema todo dia. Enquanto um colaborador quer vale-refeição reforçado, outro sonha em investir em um curso ou cuidar da saúde mental. E é aí que os benefícios flexíveis para funcionários entram como resposta possível.
– O que são os benefícios flexíveis para funcionários e como funcionam
– Quais tipos de benefícios podem entrar nesse modelo
– O que diz a legislação brasileira sobre benefícios flexíveis para funcionários
– Como montar um pacote personalizado sem perder o controle
– Plataformas que facilitam a vida do RH
– Dados sobre benefícios flexíveis para funcionários
Se você ainda tem dúvidas sobre o que pode, o que compensa e como começar, vem que a gente descomplica isso juntos.
Eles permitem que cada colaborador escolha os benefícios que mais combinam com sua rotina, prioridades e momento de vida.
Já pensou se todo mundo tivesse que usar o mesmo tamanho de sapato no trabalho? Ia dar ruim. Com os benefícios, acontece algo parecido: forçar um modelo único pode deixar muita gente desconfortável. É aí que entram os benefícios flexíveis para funcionários.
Na prática, eles funcionam assim: a empresa define um valor total (ou pontuação) para cada pessoa colaboradora e oferece uma vitrine de opções para que cada um monte seu pacote ideal. Pode ter vale-refeição, mobilidade, bem-estar, educação, cultura, saúde… A escolha é de quem usa.
E olha que interessante: isso não significa bagunça. Os benefícios flexíveis podem seguir todas as regras da CLT, do PAT e da Receita Federal. O segredo está em organizar bem as categorias e usar uma boa plataforma de gestão — a gente vai falar disso mais pra frente.
Esse modelo tem ganhado força porque ajuda a atrair talentos, melhorar a experiência dos times e até otimizar os custos da empresa. Afinal, oferecer o que faz sentido tem muito mais valor do que seguir uma receita engessada.
De alimentação a educação, passando por saúde, bem-estar e cultura: as opções são muitas — e cabem no mesmo cartão.
Ao montar um pacote de benefícios flexíveis para funcionários, a empresa pode trabalhar com diversas categorias, desde que organizadas conforme as regras fiscais e trabalhistas. Algumas delas podem ser isentas de encargos, outras tributadas — por isso é importante ter atenção à legislação.
Veja os tipos mais comuns:
Inicialmente, esses são os queridinhos da maioria dos trabalhadores. Aqui entram o vale-alimentação e o vale-refeição, que podem ser oferecidos juntos ou separados. Quando respeitam as regras do PAT, geram incentivos fiscais e isenção de encargos.
Inclui academias, consultas, exames, psicoterapia e outros serviços relacionados à saúde física e mental. Costuma ser uma das categorias mais valorizadas, especialmente por quem está em busca de equilíbrio.
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Cursos livres, graduação, idiomas, pós, especializações… Investir em educação é uma forma potente de valorizar quem quer crescer na carreira. Por isso mesmo, com os benefícios flex, a pessoa escolhe onde aplicar esse recurso.
Ingressos de cinema, teatro, livros, museus. A categoria de cultura amplia o acesso a experiências fora do trabalho — o que também tem impacto direto no bem-estar.
Ajuda com transporte público, apps de mobilidade, combustível e até manutenção de veículo. Aqui, a ideia é facilitar o deslocamento diário sem engessar o formato.
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Se a empresa tem modelos híbridos ou remotos, vale incluir itens como mobiliário, ergonomia, energia elétrica e internet. Esses custos muitas vezes ficam invisíveis — mas pesam no bolso de quem trabalha de casa.
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O legal é que todos esses benefícios podem ser reunidos em um único cartão, com regras de uso definidas pela empresa. A pessoa colaboradora vê os saldos disponíveis em cada categoria e escolhe como utilizar. Prático, né?
Apesar de não existir uma lei específica com esse nome, os benefícios flexíveis já são permitidos — desde que sigam regras trabalhistas e fiscais.
Não existe uma legislação única que regulamente os “benefícios flexíveis para funcionários” como conceito. Mas isso não quer dizer que eles sejam proibidos. Pelo contrário: o modelo é legal, desde que respeite algumas condições previstas na CLT, no PAT e na legislação tributária.
Vamos por partes:
Alguns benefícios — como vale-alimentação, vale-refeição, transporte e assistência médica — são classificados como verbas indenizatórias. Isso significa que não integram o salário e, por isso, não geram encargos como INSS e FGTS. Mas, para manter esse caráter, eles não podem ser pagos em dinheiro ou usados de forma irrestrita. É aí que o cartão multibenefícios faz diferença: ele garante o uso conforme a categoria.
Se a empresa quer manter os incentivos fiscais do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), precisa seguir regras como:
– O benefício precisa ser entregue por meio eletrônico (como cartão ou app)
– Deve ser usado exclusivamente em estabelecimentos da rede credenciada
– A empresa precisa estar cadastrada no PAT
– O desconto máximo em folha é de 20% do valor do benefício
Ou seja: dá pra flexibilizar sem abrir mão dos benefícios tributários, desde que as categorias de alimentação e refeição estejam corretamente configuradas.
Como os pacotes flex incluem categorias diferentes, vale formalizar tudo por meio de um regulamento interno ou política de benefícios, com critérios bem definidos. Assim, o RH evita dúvidas e protege a empresa de questionamentos futuros.
Flexibilidade com responsabilidade é o que faz o modelo funcionar — e dar certo de verdade.
Antes de sair escolhendo categorias, o segredo é entender o que faz sentido pra quem trabalha com você.
Oferecer benefícios flexíveis pode parecer uma missão complexa no início. Mas, quando a gente organiza por etapas, tudo fica mais claro. O foco aqui é montar um pacote que realmente funcione — pro RH e pra quem vai usar no dia a dia.
Não tem fórmula mágica: o melhor jeito de acertar no pacote é perguntar pro time o que ele precisa. Uma pesquisa interna ajuda (e muito!) a entender quais categorias fazem mais sentido. Pode ser alimentação, saúde mental, cultura, mobilidade… Cada empresa tem um perfil, e cada pessoa, uma realidade.
Depois de ouvir o time, é hora de olhar pra dentro: qual é o valor que a empresa pode investir? Dá pra criar um saldo fixo por colaborador ou variar de acordo com cargo, tempo de casa ou outras regras internas. O importante é ter clareza sobre o teto de investimento.
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Aqui entram as decisões práticas: quais categorias vão entrar no pacote? Alimentação, refeição, bem-estar, educação, transporte, cultura… Tem pra todos os gostos — e é isso que torna o modelo tão interessante. Só lembre que, se quiser manter isenções fiscais, algumas categorias precisam seguir regras específicas (como vimos no tópico anterior).
Pra manter a organização, a dica é contar com uma plataforma que centralize tudo. É ela que vai permitir ao colaborador escolher onde quer usar o saldo e facilitar a vida do RH com relatórios, controle de saldo, integração com a folha e muito mais.
Transparência é tudo. Por isso, vale registrar as regras num documento interno — explicando quais categorias estão disponíveis, como o saldo é definido, se há coparticipação e quais critérios são levados em conta.
Montar um pacote flex do zero exige planejamento, sim. Mas, com um passo de cada vez, o RH consegue criar uma solução que respeita a diversidade do time, otimiza os custos da empresa e ainda fortalece a cultura organizacional.
Os benefícios flexíveis para funcionários funcionam como uma caixinha de possibilidades — e o segredo está em escolher as certas para o perfil do seu time.
Nem todo benefício entra automaticamente no modelo flexível. Mas a boa notícia é que já existem várias categorias permitidas por lei e muito bem recebidas pelas equipes. A seguir, explicamos os principais tipos e como eles funcionam na prática.
Aqui entram os valores destinados à compra de alimentos em mercados, padarias, hortifrutis e outros estabelecimentos do dia a dia. O uso é exclusivo para gêneros alimentícios, seguindo as diretrizes do PAT. Pode ser oferecido em cartão exclusivo — como o Ticket Alimentação — ou dentro de uma solução multibenefícios, desde que com categoria separada e controle adequado.
É o benefício que cobre refeições prontas consumidas fora de casa, como almoços em restaurantes, marmitas ou lanches. Também segue as regras do PAT e precisa ser separado do saldo de alimentação, mesmo que esteja num cartão flex. O Ticket Restaurante, por exemplo, é aceito em milhares de estabelecimentos e pode ser integrado ao pacote flex.
Essa categoria permite o uso do saldo em cinemas, teatros, museus, livros, cursos livres e outras atividades culturais. É uma forma de apoiar o lazer e o desenvolvimento pessoal das pessoas colaboradoras. Na Ticket, você conta com o Ticket Cultura.
Cursos técnicos, graduação, pós-graduação, idiomas, certificações… Tudo isso pode entrar no pacote flex. Algumas empresas também incluem apoio com material escolar ou bolsas para dependentes. É uma forma concreta de investir na formação contínua do time.
Engloba academias, estúdios de pilates, consultas, terapias, farmácias e até serviços de saúde preventiva. Cada empresa define o que vai incluir, mas o objetivo é claro: apoiar o equilíbrio físico e emocional das pessoas colaboradoras.
Com a consolidação do trabalho híbrido ou remoto, muitas empresas passaram a incluir ajuda de custo com internet, energia elétrica, mobiliário e até ergonomia no pacote flex. A categoria “home office” facilita esse repasse sem burocracia e com isenção fiscal, quando bem estruturada.
Essa categoria pode cobrir transporte público, combustível, aplicativos de corrida e até estacionamento. O RH pode liberar o uso em uma ou mais dessas opções, conforme a realidade do deslocamento da equipe.
Além das mais comuns, algumas empresas criam categorias específicas, como petcare, viagens, presentes ou previdência privada. O importante é garantir que tudo esteja descrito no regulamento interno e esteja de acordo com as regras fiscais e trabalhistas.
Escolher os benefícios certos é só uma parte do trabalho. Na sequência, é preciso gerenciar tudo com eficiência para que o modelo flexível, de fato, funcione.
Hoje em dia, não dá pra cuidar de um pacote de benefícios flexíveis usando planilha e e-mail. A variedade de categorias, os saldos individualizados e as preferências do time exigem uma gestão digital — que seja segura, prática e, acima de tudo, transparente tanto pra empresa quanto pra quem recebe.
Veja o que o RH deve observar na hora de escolher uma boa plataforma:
Cada colaborador pode usar o benefício de forma diferente. Desse modo, a plataforma precisa permitir a personalização de saldos por categoria e por pessoa, além de respeitar regras como teto de uso, categorias elegíveis e limites do PAT, se a empresa aderir.
Pra facilitar a vida do RH, o ideal é que o sistema converse com a folha. Isso evita retrabalho, minimiza erros manuais e agiliza o processo de recarga mensal.
Ter uma visão clara de quanto está sendo utilizado, onde, por quem, além da frequência, é importante pra ajustar o pacote de forma inteligente. As plataformas mais completas, portanto, oferecem dashboards visuais, alertas e filtros por área, unidade ou perfil.
Se alguém tiver um problema com o uso do saldo, quem resolve? A plataforma precisa oferecer suporte eficiente para o RH e também para os usuários finais — isso evita que pequenas dúvidas virem dores de cabeça.
Parece detalhe, mas não é. Afinal, o colaborador precisa acessar o app, ver o saldo, pagar por aproximação, localizar estabelecimentos, tudo sem complicação. Desse modo, se a navegação for difícil, o benefício perde valor percebido.
A plataforma deve garantir que o uso dos saldos esteja dentro das regras trabalhistas e fiscais — especialmente no que diz respeito às categorias do PAT, à isenção de encargos e à documentação exigida em caso de auditoria.
Se ainda resta alguma dúvida sobre a importância dos benefícios flexíveis, os dados ajudam a clarear o cenário. Isso porque eles mostram o quanto esse tema está ligado à satisfação, retenção e, além disso, à imagem que a empresa passa para o mercado.
Isso porque, em um mercado em que o salário nem sempre é o único atrativo, o pacote de benefícios virou peça-chave. E, quando ele é flexível, a percepção de valor por parte do time aumenta ainda mais. Acompanhe:
Fica evidente: um bom pacote flexível não é mimo. É, na verdade, resposta direta ao que as pessoas estão pedindo. E também um argumento forte pra atrair talentos sem depender só da remuneração.
Sabe o que os benefícios flexíveis mostram, na prática? Que o cuidado com as pessoas pode ser simples, eficiente e, acima de tudo, inteligente.
Porque quando cada colaborador recebe um pacote que realmente conversa com sua rotina, o que antes era só “benefício” vira reconhecimento de verdade. Vira escuta. Vira escolha.
Para o RH, portanto, é menos ajuste fino e mais fluidez. E, vamos combinar: quem cuida de gente já tem desafios demais pra resolver com planilha na mão, né?
No final, o que fica é a certeza: dar liberdade com responsabilidade é uma forma poderosa de engajar — sem complicar.
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*Martha Marques Nogueira é jornalista e criadora de conteúdo há 20 anos. Para a Ticket, escreve sobre benefícios corporativos e o complexo e apaixonante mundo das relações de trabalho.
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