*Por Martha Marques Nogueira
A presença das mulheres no mercado de trabalho é uma jornada marcada por lutas, conquistas e desafios constantes. Desde tempos remotos, as mulheres desempenham papéis cruciais na geração de renda das famílias, seja por meio de atividades agrícolas, artesanais ou comerciais. No entanto, a inserção formal da mulher no mercado de trabalho, como o conhecemos hoje, é uma história moderna, construída sobre a base de revoluções sociais e econômicas.
Ao longo das décadas, a evolução das mulheres no mercado de trabalho foi impressionante. Entretanto, essa trajetória não é isenta de obstáculos. As mulheres ainda enfrentam desafios substanciais, desde a desigualdade salarial até o assédio e preconceito de gênero. Apesar disso, as conquistas são numerosas e dignas de celebração. Avanços em leis e políticas de proteção laboral, por exemplo, têm sido fundamentais para assegurar um ambiente de trabalho mais justo e seguro para as mulheres.
Este artigo explorará a rica e complexa trajetória das mulheres no mercado de trabalho, desde suas raízes históricas até os desafios e conquistas contemporâneas. Veremos como a legislação e o apoio empresarial podem ser ferramentas poderosas na luta pela igualdade. Junte-se a nós nesta análise aprofundada sobre o papel vital das mulheres no mundo do trabalho e as estratégias para combater o preconceito de gênero, rumo a um futuro mais equitativo e promissor.
Desde os primórdios da civilização, a presença da mulher na geração de renda das famílias desempenhou um papel crucial, ainda que frequentemente subestimado ou invisibilizado pelos relatos históricos tradicionais. Nas sociedades pré-industriais, a divisão de tarefas era clara, mas a contribuição feminina era vital.
Mulheres participavam ativamente na agricultura, cuidando de plantações, colhendo e processando alimentos. Elas também se dedicavam à criação de animais, produção de roupas e objetos artesanais, atividades essenciais para a subsistência e a economia familiar.
Na Idade Média, as mulheres trabalhavam nos campos ao lado dos homens e eram responsáveis por tarefas domésticas que, embora não remuneradas, eram fundamentais para o sustento das famílias.
Em muitas comunidades, as mulheres também se destacavam em atividades comerciais, vendendo excedentes de produção em mercados locais. Essas atividades não só ajudavam a manter a família, mas também permitiam uma certa independência financeira.
Com a chegada da Revolução Industrial, no século XVIII, a presença das mulheres no mercado de trabalho começou a se transformar. A industrialização trouxe novas oportunidades, mas também novos desafios. Muitas mulheres migraram para os centros urbanos em busca de emprego nas fábricas.
As condições de trabalho eram duras, com longas jornadas e baixos salários, mas essa participação feminina foi fundamental para o desenvolvimento econômico dessa época.
Mesmo com todas as adversidades, as mulheres continuaram a desempenhar um papel central na economia familiar. Elas trabalhavam como lavadeiras, costureiras, vendedoras, e muitas vezes gerenciavam pequenos negócios, contribuindo de forma significativa para a renda doméstica. Nas zonas rurais, continuavam a combinar tarefas agrícolas com a criação dos filhos e cuidados da casa.
Vale destacar que, além do trabalho manual,
muitas mulheres de classes mais abastadas também contribuíam para a renda familiar através da administração de propriedades e negócios, embora essas atividades muitas vezes fossem mascaradas como extensões de suas responsabilidades domésticas.
A presença histórica da mulher na geração de renda é um testemunho de sua resiliência e adaptabilidade. A capacidade de equilibrar múltiplos papéis – trabalhadora, mãe, esposa e gestora do lar – foi e continua sendo uma característica notável das mulheres ao longo dos séculos. Essa contribuição, embora nem sempre reconhecida de forma justa, lançou as bases para a luta por direitos e igualdade no mercado de trabalho, que ganharia força nos séculos subsequentes.
Esta linha do tempo evidencia a trajetória de desafios e conquistas das mulheres no mercado de trabalho moderno. Cada marco representa um passo importante na luta contínua por igualdade e reconhecimento, pavimentando o caminho para futuras gerações de mulheres profissionais. Confira!
Revolução Industrial: A necessidade de mão de obra nas fábricas urbanas leva muitas mulheres a ingressarem no mercado de trabalho formal. Elas desempenham funções em condições de trabalho árduas e com baixos salários, principalmente nas indústrias têxteis e de manufatura.
Primeira Guerra Mundial: Com os homens no front, as mulheres assumem postos de trabalho em fábricas de munições, transportes e outros setores industriais. Essa participação feminina é vital para o esforço de guerra e demonstra a capacidade das mulheres em desempenhar funções tradicionalmente masculinas.
Segunda Guerra Mundial: A demanda por trabalhadores nas indústrias bélicas e outras áreas essenciais cresce novamente, levando a uma nova onda de participação feminina no mercado de trabalho. As mulheres ocupam diversos empregos, desde operárias de fábrica até funções administrativas e técnicas.
Retorno ao lar: Após a guerra, a sociedade pressiona para que as mulheres voltem aos papéis tradicionais de donas de casa, resultando em uma diminuição temporária da participação feminina no mercado de trabalho. No entanto, muitas mulheres continuam a trabalhar, especialmente em empregos de baixa remuneração e setores de serviços.
Movimentos feministas: O feminismo ganha força, lutando por igualdade de direitos, incluindo a igualdade no local de trabalho. Conquistas importantes incluem a aprovação de leis contra a discriminação de gênero e a promoção da igualdade salarial.
Abertura de novas oportunidades: As mulheres começam a entrar em áreas antes dominadas por homens, como ciências, engenharia e administração. A educação feminina também avança, com um aumento significativo no número de mulheres obtendo diplomas universitários.
Políticas de ação afirmativa: Empresas e governos implementam políticas para promover a inclusão e a diversidade no local de trabalho. Programas de apoio à maternidade, como licenças parentais e horários de trabalho flexíveis, começam a ser mais comuns.
Ascensão em cargos de liderança: As mulheres começam a ocupar mais posições de liderança em empresas, governos e organizações não governamentais. Iniciativas de mentoring e redes de apoio feminino contribuem para o crescimento profissional das mulheres.
Globalização e tecnologia: A era digital e a globalização criam oportunidades para as mulheres em setores como tecnologia, finanças e empreendedorismo. As mulheres começam a fundar suas próprias empresas e a influenciar o mercado de trabalho de maneira significativa.
Movimentos globais por igualdade: Movimentos como #MeToo e Time’s Up destacam questões de assédio e discriminação no local de trabalho, pressionando por mudanças culturais e legislativas. A luta pela igualdade salarial e representação feminina em cargos de liderança continua.
Pandemia de Covid-19: A pandemia destaca a importância dos trabalhos realizados por mulheres, especialmente nos setores de saúde, educação e serviços essenciais. Ao mesmo tempo, a crise acentua desigualdades existentes, levando a uma renovada discussão sobre políticas de apoio às mulheres trabalhadoras, como trabalho remoto e apoio à saúde mental.
O impacto das mulheres no mercado de trabalho é profundo e multifacetado, abrangendo aspectos econômicos, sociais e culturais. A crescente participação feminina trouxe transformações significativas que beneficiam não apenas as mulheres, mas também as empresas e a sociedade como um todo.
A inserção das mulheres no mercado de trabalho tem gerado um impulso econômico substancial. Segundo um relatório do McKinsey Global Institute, a igualdade de gênero no mercado de trabalho poderia adicionar até 12 trilhões de dólares ao PIB global até 2025. As mulheres trazem diversidade de pensamento e habilidades, enriquecendo o ambiente de trabalho e contribuindo para a inovação. Empresas com maior diversidade de gênero tendem a ter melhor desempenho financeiro, maior criatividade e capacidade de resolução de problemas.
A presença feminina também tem provocado mudanças nas práticas organizacionais. Empresas estão cada vez mais conscientes da importância de criar ambientes de trabalho inclusivos e de implementar políticas de igualdade. Programas de mentoria, desenvolvimento de liderança e apoio à maternidade são exemplos de iniciativas que não só beneficiam as mulheres, mas também melhoram a retenção de talentos e a satisfação geral dos funcionários.
As mulheres têm sido agentes de mudança na cultura organizacional. Elas introduzem novos estilos de liderança, muitas vezes mais colaborativos e orientados para o desenvolvimento de equipe. Essa abordagem pode levar a um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo. A presença feminina em cargos de liderança também desafia estereótipos e abre caminho para a próxima geração de mulheres profissionais.
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Além do impacto econômico, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem implicações sociais importantes. A independência financeira das mulheres contribui para a redução da pobreza e a melhoria do bem-estar das famílias. Mulheres economicamente ativas têm mais poder de decisão sobre a educação e saúde dos filhos, promovendo um ciclo virtuoso de desenvolvimento social.
A crescente participação feminina no mercado de trabalho é um passo crucial para o empoderamento das mulheres e a promoção da igualdade de gênero. Mulheres que trabalham fora de casa ganham não apenas independência financeira, mas também uma voz mais forte na sociedade. Isso contribui para a desconstrução de normas de gênero tradicionais e para a criação de uma sociedade mais justa e equitativa.
As mulheres estão cada vez mais presentes em setores inovadores, como tecnologia e ciências, trazendo novas perspectivas e soluções para problemas complexos. Além disso, elas frequentemente estão na vanguarda de iniciativas de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, promovendo práticas empresariais que beneficiam o meio ambiente e a comunidade.
Apesar desses impactos positivos, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos no mercado de trabalho, como a desigualdade salarial, o assédio e a sub-representação em cargos de alta liderança. No entanto, cada vez mais, empresas e governos estão reconhecendo a necessidade de abordar essas questões de maneira proativa.
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Apesar dos avanços significativos nas últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam uma série de desafios no mercado de trabalho que dificultam a plena realização de seu potencial. Esses desafios são variados e podem ser estruturados em diferentes categorias: desigualdade salarial, barreiras à liderança, assédio e discriminação, além de dificuldades na conciliação entre vida profissional e pessoal.
A desigualdade salarial entre homens e mulheres é um problema persistente em muitas partes do mundo. No relatório “Global Gender Gap Report 2024”(“Relatório Global sobre a Lacuna de Gênero 2024”, em tradução livre) do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a 80ª posição no ranking geral de paridade de gênero entre 146 países avaliados. No subíndice de Participação Econômica e Oportunidade, o país apresenta desafios consideráveis. A classificação reflete as dificuldades que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho brasileiro, particularmente em termos de igualdade salarial e acesso a posições de liderança.
As mulheres também enfrentam barreiras significativas para alcançar posições de liderança. De acordo com o relatório “Women in the Workplace 2023”, da McKinsey & Company, as mulheres representam apenas 40% das posições de gerência, em comparação com 60% dos homens. Essa disparidade começa cedo, com menos mulheres sendo promovidas a cargos de gestão inicial, o que resulta em uma menor representação feminina em níveis superiores da hierarquia corporativa
O assédio e a discriminação de gênero continuam sendo desafios significativos para as mulheres no mercado de trabalho. De acordo com o referido relatório da McKinsey & Company, as mulheres enfrentam microagressões em uma taxa significativamente maior que os homens. Elas são duas vezes mais propensas a serem interrompidas e a ouvir comentários sobre seu estado emocional.
Além disso, a violência e o assédio sexual no ambiente de trabalho são problemas alarmantes. Segundo a ONU Mulher, mais de uma em cada cinco pessoas experimenta algum tipo de violência no trabalho, com as mulheres sendo desproporcionalmente afetadas.
A conciliação entre vida profissional e pessoal é um desafio constante para muitas mulheres, especialmente aquelas que são mães. As responsabilidades domésticas e de cuidado, que ainda recaem desproporcionalmente sobre as mulheres, limitam sua capacidade de se dedicarem integralmente às suas carreiras. A falta de políticas de apoio, como licença parental adequada, horários de trabalho flexíveis e serviços de cuidado infantil acessíveis, agrava esse problema. Segundo um estudo da Harvard Business Review, a pandemia de COVID-19 exacerbou essas dificuldades, levando muitas mulheres a saírem do mercado de trabalho devido à sobrecarga de responsabilidades domésticas.
Os estereótipos de gênero continuam a influenciar negativamente as experiências das mulheres no mercado de trabalho. Esses estereótipos, que associam determinadas habilidades e características a um gênero específico, podem limitar as oportunidades das mulheres e afetar a forma como são percebidas por colegas e superiores.
A falta de representatividade feminina em certos setores e níveis hierárquicos pode criar um ambiente de trabalho isolador e desmotivador. A presença de mulheres em posições de liderança serve como modelo e inspiração para outras mulheres, promovendo um ciclo positivo de apoio e encorajamento. No entanto, a escassez de mulheres em cargos elevados limita a criação de redes de apoio eficazes e programas de mentoria, que são cruciais para o desenvolvimento de carreiras femininas.
As mulheres têm alcançado vitórias significativas no mercado de trabalho, refletindo avanços em igualdade de gênero e inclusão.
Uma das maiores conquistas no mercado de trabalho brasileiro é o aumento da representação feminina em cargos de liderança. Segundo o relatório “Mulheres na Liderança 2023” da Grant Thornton, as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança nas empresas brasileiras, um aumento significativo em relação aos anos anteriores. Este crescimento reflete os esforços contínuos para promover a igualdade de gênero no ambiente corporativo, com iniciativas voltadas para a capacitação, mentoria e políticas de diversidade e inclusão.
A redução da disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil tem mostrado progressos, mas ainda há um longo caminho a percorrer. De acordo com a pesquisa “Mulheres na Indústria”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), houve uma diminuição na diferença entre salários pagos a homens e mulheres nos últimos dez anos. O índice que mede a paridade entre salários passou de 72 em 2013 para 78,7 em 2023. Na metodologia, que vai de 0 a 100, quanto maior a proximidade com 100, menor a disparidade.
O empreendedorismo feminino também está em ascensão. Dados do Sebrae indicam que o número de mulheres empreendedoras cresceu 40% nos últimos seis anos, impulsionado por programas de apoio e financiamento que visam reduzir as barreiras enfrentadas por mulheres ao iniciar negócios.
As conquistas no campo educacional no Brasil são notáveis e refletem um avanço significativo na equidade de gênero. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), as mulheres representam cerca de 58% dos graduados universitários no país, destacando-se em diversas áreas do conhecimento.
Este aumento na qualificação feminina está se refletindo especialmente nas áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), onde a presença de mulheres tem crescido gradualmente. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) indicam que as mulheres estão cada vez mais se matriculando e se formando em cursos de engenharia, tecnologia da informação e outras ciências exatas.
Além disso, iniciativas como o Programa Mulher e Ciência, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), têm incentivado a participação feminina na pesquisa e no desenvolvimento científico, promovendo bolsas de estudo e projetos de pesquisa liderados por mulheres
No Brasil, diversas leis foram implementadas para garantir a proteção e os direitos das mulheres no mercado de trabalho. Essas legislações são fundamentais para promover a igualdade de gênero, combater a discriminação e assegurar um ambiente de trabalho seguro e inclusivo. Naturalmente, elas não são capazes de erradicar o problema, mas amparam legalmente eventuais vítimas e em alguma medida inibem os agressores. Vamos às principais.
A Constituição Federal de 1988 estabelece a igualdade de direitos entre homens e mulheres e proíbe qualquer forma de discriminação no ambiente de trabalho. O Artigo 5º garante a igualdade perante a lei e o Artigo 7º, inciso XXX, proíbe a diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
A Lei Maria da Penha visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, mas também tem implicações no ambiente de trabalho, especialmente no que diz respeito à proteção das mulheres contra qualquer tipo de violência que possa afetar sua vida profissional.
A CLT possui diversos artigos que tratam da proteção ao trabalho da mulher, incluindo:
A Lei do Feminicídio altera o Código Penal para incluir o feminicídio como circunstância qualificadora do homicídio, tratando com mais rigor os crimes cometidos contra mulheres por razões da condição de sexo feminino.
Este PL estabelece que empresas públicas e de economia mista devem ter, no mínimo, 30% de mulheres em seus conselhos de administração e fiscalização.
Esta lei proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, bem como outras práticas discriminatórias para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho.
A Reforma Trabalhista trouxe alterações significativas, incluindo medidas para a proteção das mulheres, como a ampliação dos direitos relacionados à licença-maternidade e condições especiais de trabalho para gestantes e lactantes.
Essas legislações são fundamentais para assegurar que as mulheres tenham acesso a um mercado de trabalho justo, seguro e inclusivo. A implementação e fiscalização eficaz dessas leis são essenciais para promover a equidade de gênero e o respeito aos direitos das mulheres no Brasil.
Em 2023, a diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil foi de cerca de 20%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Este valor ainda demonstra a persistência da desigualdade salarial.
A taxa de desocupação entre as mulheres foi de 9,2% em 2023, ainda mais alta que a dos homens, que foi de 6,6%. Esse dado evidencia a maior dificuldade enfrentada pelas mulheres para se manterem empregadas.
Em 2023, as mulheres representavam 48% dos novos negócios no Brasil, um aumento significativo nos últimos anos. Este crescimento é impulsionado por programas de incentivo ao empreendedorismo feminino.
Dados de 2023 mostram que 60% das mulheres ocupadas tinham pelo menos o ensino médio completo, enquanto 23% possuíam nível superior, refletindo um maior investimento na educação.
Em 2023, as mulheres ocupavam 38% dos cargos de liderança nas empresas brasileiras. Este número vem crescendo gradualmente, impulsionado por políticas de diversidade e inclusão.
A pandemia teve um impacto significativo sobre as mulheres, com muitas saindo do mercado de trabalho devido às responsabilidades domésticas aumentadas. Em 2023, o número de mulheres que retornaram ao mercado de trabalho aumentou, mas muitas ainda enfrentam desafios de conciliação entre trabalho e vida pessoal.
Em 2023, os setores com maior presença feminina incluíam educação (70%), saúde (65%) e serviços administrativos (55%). Esses setores continuam a ser dominados por mulheres, embora ainda haja desigualdade salarial.
Esses dados destacam os progressos e os desafios contínuos que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho brasileiro. A promoção de políticas de igualdade de gênero e de apoio à participação feminina são cruciais para continuar avançando nessa área.
Apoiar as mulheres no mercado de trabalho é crucial para promover a igualdade de gênero e melhorar o desempenho organizacional. Empresas que adotam práticas inclusivas e políticas de apoio podem criar ambientes mais justos, produtivos e inovadores. Aqui estão algumas maneiras de como as empresas podem apoiar as mulheres:
Empresas devem criar e aplicar políticas claras que promovam a igualdade de gênero. Isso inclui garantir que os processos de recrutamento e promoção sejam justos e transparentes, bem como oferecer treinamento sobre diversidade e inclusão para todos os funcionários.
A flexibilidade no trabalho é vital para ajudar as mulheres a equilibrarem suas responsabilidades profissionais e pessoais. Isso pode incluir horários de trabalho flexíveis, opções de trabalho remoto e licenças parentais adequadas.
Programas de mentoria e desenvolvimento são essenciais para ajudar as mulheres a progredirem em suas carreiras. Esses programas podem oferecer orientação, apoio e oportunidades de networking.
As empresas devem adotar uma postura firme contra o assédio e a discriminação no local de trabalho. Isso inclui a implementação de políticas rigorosas, a criação de canais seguros para denúncias e a garantia de que todas as queixas sejam investigadas e resolvidas de maneira justa.
Garantir a equidade salarial é uma das maneiras mais eficazes de apoiar as mulheres no mercado de trabalho. Auditorias salariais regulares e a transparência nos processos de remuneração ajudam a identificar e corrigir disparidades salariais.
Empresas devem cultivar uma cultura inclusiva onde todos os funcionários, independentemente de gênero, se sintam valorizados e respeitados. Isso pode ser alcançado através de treinamentos contínuos, campanhas de conscientização e a promoção de uma comunicação aberta e honesta dentro da organização.
Iniciativas que apoiam o empreendedorismo feminino, como programas de financiamento, capacitação e redes de apoio, são fundamentais para fomentar a participação das mulheres na economia.
O preconceito de gênero no local de trabalho é um problema persistente que afeta a igualdade e a produtividade. Cada colaborador pode desempenhar um papel crucial na criação de um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo. Aqui estão algumas maneiras práticas de como cada indivíduo pode combater o preconceito de gênero no trabalho:
Preconceitos inconscientes são julgamentos automáticos que influenciam nosso comportamento. É fundamental que cada colaborador se eduque sobre esses preconceitos e como eles podem impactar suas ações e decisões. Participar de treinamentos sobre diversidade e inclusão pode aumentar a conscientização e ajudar a mitigar esses preconceitos.
Todos os colaboradores devem se esforçar para garantir que as oportunidades no local de trabalho sejam distribuídas de maneira justa. Isso inclui apoiar políticas de igualdade salarial, oportunidades de promoção e acesso a treinamentos e desenvolvimento profissional para todos, independentemente de gênero.
É essencial que os colaboradores se sintam capacitados para desafiar comportamentos ou comentários discriminatórios no local de trabalho. Isso pode ser feito de maneira respeitosa e assertiva, apontando o comportamento inadequado e explicando por que é prejudicial.
Os colaboradores podem apoiar suas colegas de várias maneiras, como impedindo práticas como “mansplanning” (quando um homem procura explicar algo a uma mulher, pressupondo que ela não conheça o assunto), “manterrupting” (quando a mulher é interrompida por um homem de maneira desrespeitosa em situações de trabalho) e outras. A solidariedade entre colegas fortalece a coesão da equipe e promove um ambiente inclusivo.
Apoiar políticas de flexibilidade no trabalho, como horários flexíveis e trabalho remoto, pode ajudar a equilibrar as responsabilidades profissionais e pessoais, especialmente para as mulheres, que frequentemente enfrentam a dupla jornada. Colaboradores podem defender essas práticas dentro de suas equipes e empresas.
Grupos de afinidade ou redes de funcionários dedicados a promover a igualdade de gênero podem ser poderosos aliados na luta contra o preconceito. Participar e apoiar esses grupos dentro da empresa pode ajudar a criar um senso de comunidade e a promover mudanças organizacionais.
Colaboradores devem se envolver na advocacia por políticas inclusivas dentro de suas organizações. Isso pode incluir defender a implementação de políticas contra o assédio, programas de mentoria para mulheres e iniciativas de treinamento sobre diversidade e inclusão.
A presença das mulheres no mercado de trabalho é uma trajetória rica e complexa, marcada por avanços significativos e desafios contínuos. Desde os primórdios, as mulheres desempenham papéis essenciais na economia familiar, e a modernização trouxe novas oportunidades e também novas barreiras. As conquistas no campo educacional, a entrada em áreas antes dominadas por homens, e o crescente empreendedorismo feminino destacam a resiliência e a capacidade de inovação das mulheres.
Apesar das vitórias, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a plena igualdade de gênero no trabalho. Desafios como a desigualdade salarial, a sub-representação em cargos de liderança e o assédio persistem. No entanto, políticas inclusivas, a promoção de ambientes de trabalho seguros e equitativos, e o apoio contínuo à educação e ao empreendedorismo feminino são passos cruciais para enfrentar essas barreiras. A implementação efetiva de leis e a conscientização sobre a importância da diversidade são fundamentais para garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de crescimento e reconhecimento no mercado de trabalho.
O futuro do mercado de trabalho depende da inclusão e valorização de todos os talentos. Empresas e indivíduos devem colaborar para criar um ambiente onde as mulheres possam prosperar e contribuir plenamente. Ao continuar a promover a igualdade de gênero, a sociedade não só faz justiça às mulheres, mas também constrói um mercado de trabalho mais inovador, produtivo e sustentável para todos.
**Martha Marques Nogueira é jornalista e criadora de conteúdo há 20 anos. Para a Ticket, escreve sobre benefícios corporativos e o complexo e apaixonante mundo das relações de trabalho.
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