Coluna do Basaglia – Saiba como implementar uma gestão estratégica de pessoas

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O que é gestão estratégica de pessoas

 

A gestão estratégica de pessoas trata de alinhar o capital humano da organização aos objetivos estratégicos do negócio. Assim, transforma as pessoas em protagonistas do crescimento e da inovação.

 

Ou seja, este tipo de gestão de pessoas vai além do simples gerenciamento de recursos humanos. Isso porque não envolve apenas contratar, treinar e reter talentos.

 

A gestão estratégica de pessoas envolve também criar um ambiente onde cada colaborador seja parte fundamental da estratégia da empresa.

 

Como a gestão estratégica surgiu no contexto empresarial?

Mulher profissional usando um tablet para fazer a gestão estratégica da equipe

 

A gestão estratégica de pessoas começou a ganhar relevância no final do século XX, em torno de 1980. Mas o que aconteceu de diferente naquela década? O cenário empresarial se tornou bem mais competitivo.

 

Nesse contexto, o diferencial das empresas já não estava mais apenas nos produtos ou nos processos, mas nas pessoas. Portanto, com a globalização e o avanço tecnológico, as empresas precisaram repensar suas formas de atrair e engajar talentos.

 

Foi então que a gestão de pessoas deixou de ser uma função operacional e passou a ocupar um papel estratégico. Assim, passou a integrar decisões de liderança, cultura organizacional e desenvolvimento de competências.

 

Ou seja, a gestão estratégica de pessoas reflete a mentalidade de que pessoas não são apenas ativos. Na verdade, são parceiros no alcance de resultados relevantes.

 

Quais são as diferenças entre a gestão estratégica e o modelo tradicional?

Dois profissionais, um homem e uma mulher estão sentados à mesa em reunião de gestão estratégica

 

A gestão estratégica de pessoas e o modelo tradicional se diferem fundamentalmente na forma como as pessoas são vistas e gerenciadas.

 

Para começar, o modelo tradicional tende a ser mais operacional e reativo. Já a gestão estratégica adota uma abordagem proativa, alinhada aos objetivos de longo prazo do negócio.

 

Basicamente, o modelo tradicional enxerga as pessoas como partes do mecanismo organizacional. Por outro lado, a gestão estratégica as coloca no centro da estratégia. Vamos entender melhor essas diferenças:

 

Enfoque no papel das pessoas

No modelo tradicional, as pessoas são vistas como recursos, comparáveis a máquinas ou ferramentas, cuja função é executar tarefas específicas. O foco, portanto, está na supervisão e no controle.

 

Já na gestão estratégica de pessoas, elas são reconhecidas como ativos estratégicos e fontes de vantagem competitiva. O foco está no desenvolvimento de competências, no engajamento e no alinhamento com a estratégia organizacional.

 

Abordagem de gestão

No modelo tradicional, predominam práticas padronizadas e centralizadas. O RH atua como um departamento administrativo, gerindo questões como folha de pagamento, cumprimento de normas e processos seletivos básicos.

 

Por sua vez, a abordagem da gestão estratégica de pessoas é personalizada e adaptável. O RH atua como parceiro estratégico, contribuindo para decisões de impacto, como planejamento de sucessão, cultura organizacional e retenção de talentos-chave.

 

Horizonte de planejamento

O foco do modelo tradicional está nos resultados imediatos e na eficiência operacional. Os processos são desenhados para resolver problemas pontuais, sem necessariamente considerar impactos de longo prazo.

 

Já a gestão estratégica tem um horizonte de longo prazo. Com planos que integram o desenvolvimento humano aos objetivos de crescimento sustentável da empresa.

 

Integração com a estratégia do negócio

O RH do modelo tradicional opera de forma isolada, com pouca conexão com as metas globais da organização. Decisões de pessoal são tratadas como suporte, e não como parte da estratégia central.

 

Na gestão estratégica, há integração total. O planejamento de pessoas é conduzido lado a lado com as decisões de mercado, tecnologia e inovação. O objetivo é garantir que os talentos certos estejam nos lugares certos, no momento certo.

 

Tecnologia e dados

O modelo tradicional não costuma utilizar dados e tecnologias avançadas. Os sistemas são usados para registros básicos, como controle de ponto e folhas de pagamento.

 

Por outro lado, a tomada de decisão na gestão estratégica de pessoas é guiada por dados, por meio da estratégia de people analytics. Ou seja, é suportada por tecnologias que ajudam a prever tendências, avaliar desempenho e medir impacto no negócio.

 

Cultura e valores

No modelo tradicional, a cultura muitas vezes é coadjuvante, ou seja, não faz parte do cerne da gestão de pessoas. Assim, costuma ser levada em conta apenas em momentos de crise ou mudança organizacional.

 

Por sua vez, a gestão estratégica trata a cultura como uma vantagem competitiva. Isto é, ela é cultivada ativamente para sustentar a visão de futuro e os valores da organização.

 

Conheça os objetivos e benefícios da gestão estratégica de pessoas

Dois profissionais estão reunidos em sala de escritório e atuam com princípios de gestão estatégica

 

O principal objetivo da gestão estratégica de pessoas é alinhar as pessoas que atuam na empresa aos objetivos organizacionais.

 

Nesse sentido, busca otimizar processos de recrutamento, seleção e desenvolvimento de talentos, além de fortalecer a cultura organizacional.

 

Para isso, procura garantir o desenvolvimento contínuo dos colaboradores e a promoção de um ambiente que estimule a inovação e a produtividade. Agora conheça alguns dos benefícios da gestão estratégica de pessoas.

 

Aumento do engajamento e produtividade: colaboradores alinhados aos valores e metas da empresa tendem a ser mais comprometidos, criativos e motivados. Assim, contribuem diretamente para melhores resultados organizacionais.

 

Retenção de talentos: uma gestão estratégica bem implementada reduz o turnover, isto é, a rotatividade de colaboradores. Para isso, cria um ambiente onde os profissionais se sentem valorizados e conectados à missão e aos resultados.

 

Planejamento de sucessão: identificar e preparar líderes internos para posições-chave favorece a continuidade e estabilidade da organização, mesmo em momentos de transição.

 

Promoção de uma cultura organizacional sólida: uma cultura alinhada aos objetivos estratégicos facilita decisões coerentes, aumenta a satisfação dos colaboradores e favorece a adaptação a mudanças.

 

Foco no aprendizado contínuo: investir no desenvolvimento de competências contribui para a inovação e para a criação de uma força de trabalho preparada para os desafios futuros.

 

Quais são os principais componentes e pilares da gestão estratégica de pessoas?

 

A gestão estratégica de pessoas é fundamentada na integração entre a estratégia organizacional e as práticas de gestão. Para isso, é necessário um alinhamento vertical dos objetivos da organização com as políticas e práticas de recursos humanos.

 

Além disso, é preciso haver um alinhamento horizontal que assegure a consistência entre as diferentes iniciativas de gestão. O intuito é promover uma experiência uniforme a todos os colaboradores.

 

Outro componente essencial é a implementação efetiva dessas práticas, que depende diretamente da atuação dos líderes. Afinal, eles desempenham um papel central ao transformar políticas em ações e alinhar comportamentos com os objetivos organizacionais.

 

Por fim, a gestão estratégica de pessoas não é uma abordagem estática. Ela exige uma análise contínua e uma adaptação constante às mudanças no ambiente interno e externo.

 

Conheça a importância da gestão estratégica de pessoas para organizações e colaboradores

Homem profissional está em pé em um escritório enquanto escreve em post-its colados em um vidro da empresa

 

A integração entre as estratégias organizacionais às práticas de gestão de pessoas é essencial para sustentar a competitividade. E, é claro, para garantir que os profissionais se sintam engajados e motivados.

 

Para as organizações, a gestão estratégica de pessoas representa uma oportunidade de otimizar o desempenho, reduzir a rotatividade e fortalecer a cultura corporativa.

 

Do ponto de vista dos colaboradores, essa abordagem oferece clareza sobre expectativas, oportunidades de desenvolvimento e reconhecimento.

 

Isso porque a gestão estratégica cria um ambiente de trabalho mais consistente e justo, onde políticas e práticas são aplicadas de forma transparente.

 

Ou seja, toda empresa depende dessa coordenação para garantir que o interesse dos colaboradores e o dos stakeholders estejam alinhados.

 

Ao final, o impacto positivo reflete em todos os níveis da organização, criando uma relação na qual tanto a empresa quanto os profissionais prosperam.

 

Razões para adotar uma gestão estratégica de pessoas

 

Primeiramente, a gestão estratégica de pessoas alinha as ações de recursos humanos às metas de longo prazo da empresa. Nesse sentido, o desenvolvimento dos colaboradores caminha junto com os objetivos do negócio.

 

Outro fator importante é o impacto no engajamento e na retenção de talentos. Isso porque, ao implementar práticas consistentes e transparentes, as empresas criam um ambiente que valoriza os profissionais.

 

Além disso, uma gestão estratégica reforça a cultura corporativa e fortalece o senso de propósito. Conectando, assim, os colaboradores à missão da empresa.

 

Por fim, essa abordagem aumenta a capacidade de adaptabilidade da organização frente às mudanças do mercado. Afinal, nossa adaptabilidade é testada o tempo todo.

 

E com líderes capacitados e força de trabalho engajada, a empresa se torna mais resiliente e preparada para os desafios.

 

Passos essenciais para implementar a gestão estratégica de pessoas

Foto em primeiro plano do teclado de um laptop com as mãos de uma profissional digitando em segundo plano

 

Implementar a gestão estratégica de pessoas exige planejamento e comprometimento. O primeiro passo é alinhar a estratégia de recursos humanos com a estratégia organizacional.

 

Isso significa mapear as metas de longo prazo da empresa e traduzir essas metas em políticas e práticas de gestão de pessoas que incentivem os comportamentos desejados.

 

Em seguida, é fundamental construir consistência entre as práticas de gestão. Treinamento, recrutamento, avaliações de desempenho e programas de desenvolvimento precisam ser integrados e alinhados entre si. A coerência nessas ações cria um ambiente previsível e justo, essencial para o engajamento dos colaboradores.

 

Outro ponto crucial é a capacitação dos líderes, que desempenham um papel estratégico na implementação. Eles são responsáveis por transformar políticas em ações práticas, inspirando e guiando suas equipes em direção aos objetivos organizacionais.

 

Por fim, é importante monitorar regularmente o impacto das práticas de gestão, ajustando estratégias conforme necessário para atender às demandas do mercado e da organização.

 

Conheça algumas ferramentas e tecnologias que apoiam a gestão estratégica de pessoas

 

A gestão estratégica de pessoas pode contar com diversas ferramentas que favorecem a análise de dados para tomadas de decisão.

 

Uma das principais é o uso de sistemas de gestão de talentos, que ajudam no recrutamento, seleção, treinamento e retenção de profissionais.

 

Esses sistemas centralizam informações sobre competências e desempenhos, permitindo uma gestão de pessoas mais assertiva e estratégica.

 

Além disso, plataformas de gestão de desempenho são fundamentais. Elas oferecem funcionalidades como feedback contínuo, definição de metas individuais e organizacionais e monitoramento do progresso das equipes.

 

Assim, essas ferramentas tornam o processo mais ágil, além de ajudar no alinhamento entre os objetivos dos colaboradores e os da empresa.

 

Outro destaque são as soluções baseadas em inteligência artificial e análise preditiva. Essas tecnologias permitem identificar padrões e tendências no comportamento dos colaboradores, ajudando líderes a antecipar desafios.

 

Ao mesmo tempo, existem os softwares de engajamento, como plataformas de pesquisa de clima e bem-estar. Eles fornecem insights sobre a satisfação dos times e indicam ações para melhorar o ambiente de trabalho.

 

Por fim, ferramentas de educação corporativa, como plataformas de e-learning, têm ganhado espaço ao oferecer treinamentos personalizados e escaláveis.

 

Essa oportunidade aos colaboradores se desenvolver de maneira contínua, alinhada às necessidades estratégicas da organização.

 

Saiba quais indicadores de performance ajudam a avaliar os resultados da gestão estratégica de pessoas

 

A avaliação da gestão estratégica de pessoas depende de indicadores claros que conectam o desempenho dos colaboradores aos objetivos organizacionais.

 

Entre os mais relevantes está o índice de engajamento, ou eNPS (Employee Net Promoter Score). Essa métrica avalia o nível de engajamento dos colaboradores.

 

Para calcular o eNPS, é preciso subtrair a porcentagem de detratores pela de promotores e multiplicar por 100, assim:

 

eNPS = % total de promotores – % total de detratores

 

A taxa de rotatividade é outro indicador essencial. Uma análise detalhada do turnover ajuda a identificar se a organização está conseguindo reter talentos. Ou se existem desafios no alinhamento cultural e na proposta de valor aos colaboradores.

 

Quando complementada por pesquisas de desligamento, essa métrica pode oferecer insights valiosos para ajustes estratégicos.

 

Para aprender a calcular o turnover, clique aqui!

 

Por último, a análise de absenteísmo e bem-estar dos colaboradores fornece uma visão sobre o ambiente organizacional e a saúde dos times.

 

Altos índices de ausência ou relatos de insatisfação podem sinalizar a necessidade de mudanças na gestão ou na cultura corporativa.

 

O papel da liderança e do RH na gestão estratégica de pessoas

mesa profissional com foco nas mãos de 2 profissionais, sentados frente a frente enquanto avaliam métricas de gestão estratégica de pessoas

 

Estudos na área da administração apontam para a importância dos líderes como mediadores e executores das práticas de gestão.

 

Afinal, a principal lacuna identificada nesse campo se refere justamente à atenção limitada dada à implementação da gestão de pessoas. Especialmente no que diz respeito aos papéis e relações organizacionais.

 

Esse foco, quando ocorre, geralmente recai sobre os profissionais de RH, enfatizando a necessidade de uma atuação estratégica e consultiva. Contudo, o envolvimento de gerentes nas práticas de gestão de pessoas ainda é pouco explorado.

 

Essa contradição é um desafio real. Afinal, justamente a atuação do líder é crítica para traduzir estratégias de gestão de pessoas em resultados organizacionais concretos.

 

Além disso, a percepção dos colaboradores sobre a atuação da liderança é determinante para o sucesso da gestão estratégica de pessoas. Assim como a conexão dos líderes com os valores e metas da organização.

 

Gestão estratégica de pessoas na prática: conheça um caso de sucesso

 

Um exemplo notável de gestão estratégica de pessoas em grande escala é o da multinacional Unilever. O caso da gigante de bens de consumo é destacado em um artigo da MIT Sloan Management Review sobre o tema.

 

A empresa, com quase um século de existência e mais de 400 marcas, tem uma força de trabalho global de cerca de 150 mil pessoas. Além de contar com mais de 3 milhões de colaboradores externos, como pessoas jurídicas e terceirizados.

 

Este número impressionante de trabalhadores reflete a complexidade da gestão de pessoas em uma organização multinacional de grande porte.

 

Em 2022, Jeroen Wels, então vice-presidente executivo de RH da Unilever, compartilhou uma perspectiva inovadora sobre o papel da gestão de pessoas.

 

Ele observou que havia uma grande lacuna no que diz respeito à gestão da força de trabalho externa. O que se refletia no sucesso, até mesmo, das suas equipes internas, considerando o caráter integrado da empresa.

 

O foco em administrar os pontos de atrito entre esses dois núcleos de força de trabalho foi essencial para criar um ambiente de trabalho mais coeso e eficiente. E aí entra a gestão estratégica de pessoas.

 

Para Wels, a fluidez nos negócios depende de entender onde e como diferentes forças de trabalho se conectam e colaboram.

 

Ele descreveu isso como o “santo graal” da gestão estratégica de pessoas. Afinal, uma visão integrada da força de trabalho, alinhada aos objetivos organizacionais, permitiria  maior colaboração, inovação e, consequentemente, melhores resultados.

 

O caso da Unilever exemplifica como a gestão estratégica de pessoas pode ser decisiva para o sucesso de uma organização. Independentemente do tamanho que ela tenha.

 

Conclusão

 

A gestão estratégica de pessoas é uma abordagem integrada que conecta as dimensões estratégicas, práticas e comportamentais.

 

Assim, forma um sistema robusto que favorece o engajamento, o alinhamento e a obtenção de resultados sustentáveis para as organizações.

 

Essa prática abrange todo o ciclo de vida do colaborador, desde o recrutamento. E impacta positivamente a satisfação e produtividade, fortalecendo a cultura organizacional e a marca empregadora.

 

Basicamente, o grande diferencial de uma gestão estratégica de pessoas está no foco orientado ao planejamento estratégico e também na execução. O que promove um ambiente de trabalho mais coeso e alinhado com as metas de longo prazo.

 

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