Na era atual, em que o mercado está cada vez mais competitivo e dinâmico, as organizações têm notado a importância de priorizar a experiência do colaborador (ou EX, na sigla em inglês para employee experience).
Nesse contexto, apenas fornecer salários e benefícios compatíveis não é mais o bastante para incentivar os profissionais e atrair os melhores talentos. Ou seja, não basta “pagar bem”; é preciso “tratar bem”.
Portanto, as empresas estão reconhecendo a necessidade de criar ambientes de trabalho que promovam o bem-estar, o engajamento e o desenvolvimento profissional de seus funcionários.
Nesse sentido, a EX é uma estratégia que envolve todos os aspectos da relação entre empregador e empregado — desde o recrutamento e a seleção até uma eventual demissão. E essa abordagem traz benefícios tangíveis para as organizações.
A employee experience (EX) é uma abordagem holística que envolve todos os aspectos da interação entre o colaborador e a empresa na qual ele trabalha, com o objetivo de criar um ambiente profissional positivo e produtivo. O que se reflete nos resultados.
Essa perspectiva é centrada no colaborador, e reconhece a importância do bem-estar dentro e fora da empresa, do desenvolvimento profissional e do engajamento para o sucesso geral da organização.
Os pilares da estratégia de EX podem variar de acordo com a cultura organizacional. O importante é que a EX seja alinhada com os valores, a visão e a estratégia da empresa, promovendo o engajamento e o bem-estar dos colaboradores.
A cultura da empresa desempenha um papel fundamental na employee experience. Uma cultura que promove valores compartilhados, inclusão, transparência e reconhecimento pode contribuir para um ambiente de trabalho positivo.
Empresas mais conservadoras, por exemplo, podem priorizar a estabilidade e a conformidade. Já as organizações com estruturas menos rígidas e tradicionais podem enfatizar a inovação, a flexibilidade e o desenvolvimento pessoal.
Para a Harvard Business Review, a consultora estratégica Tiffani Bova aponta estes cinco pilares para uma boa employee experience:
Um espaço de trabalho limpo, seguro e esteticamente agradável pode impactar significativamente o humor e a produtividade de um funcionário.
Mas não se trata apenas do ambiente físico. Uma cultura de trabalho positiva que promova respeito, colaboração e inclusão pode fazer os funcionários se sentirem valorizados e motivados.
Antigamente, era normal um profissional buscar criar raízes na mesma empresa. Hoje a história mudou, e o colaborador não quer ficar estagnado e sempre busca oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Portanto, oferecer programas de treinamento, workshops e cursos pode ajudar os colaboradores a expandir seus conjuntos de habilidades. Além disso, planos de carreira e PDI ajudam a mostrar que a empresa está investindo no futuro deles.
3. Reconhecimento e recompensas
Todos querem se sentir valorizados. Por isso, reconhecer e recompensar o trabalho dos colaboradores pode aumentar a moral, favorecendo a employee experience. Isso vale tanto para os colaboradores no geral quanto para os líderes.
Essa ideia é corroborada por um artigo publicado na Harvard Business Review. Seja por meio de elogios, bonificações, promoções ou até mesmo de um agradecimento, reconhecer os esforços faz diferença.
Outro pilar relevante para a employee experience é a promoção do work-life balance. Em resumo, trata-se de promover um equilíbrio adequado entre vida pessoal e profissional. Este é um fator importante, sobretudo, para assegurar a saúde mental no trabalho.
Empresas que promovem um equilíbrio saudável tendem a ter colaboradores mais felizes e produtivos. Isso pode ser alcançado através de horários flexíveis, oportunidades de trabalho remoto e garantindo que os funcionários tirem suas merecidas pausas.
Afinal, o esgotamento é prejudicial tanto para o colaborador quanto para a organização.
Os colaboradores querem ser ouvidos. E eles querem saber que suas opiniões importam. Por isso a importância de disponibilizar canais de comunicação para que expressem suas preocupações, dar feedback ou compartilhar ideias.
Além de aprimorar a employee experience, este pilar pode aumentar a confiabilidade e promover um senso de pertencimento entre colaboradores.
Ao investir em employee experience, a organização passa a criar um ambiente no qual os colaboradores se sentam valorizados. Portanto, tende a alcançar maior engajamento e produtividade, pois eles se dispõem a contribuir mais para os objetivos da empresa.
Priorizar um modelo de trabalho que estimule a autonomia também representa uma das tendências para o futuro da gestão de pessoas. O que se opõe à antiga prática de simplesmente seguir ordens ou replicar o que já foi feito.
Essa perspectiva foi apontada em uma pesquisa feita pelo PageGroup. O estudo demonstra o quanto uma abordagem focada em employee experience está alinhada aos modelos de gestão de pessoa mais eficientes.
Em suma, ele reconhece a importância de proporcionar um ambiente de trabalho que valorize a autonomia, a colaboração e a inovação, visando ao bem-estar e ao sucesso dos colaboradores e da organização como um todo.
Além disso, uma boa EX aumenta a probabilidade de os colaboradores permanecerem na empresa no longo prazo. Isso reduz os custos associados ao turnover, o que pode contribuir para o crescimento e sucesso da empresa.
Ainda, colaboradores que se sentem encorajados a compartilhar ideias têm mais probabilidade de buscar soluções criativas para os desafios. Isso leva à inovação, mas também “valoriza o passe” da empresa como marca empregadora.
Por essa razão, empresas conhecidas por proporcionar uma excelente experiência do colaborador têm vantagem na atração de talentos.
Ao abordar as necessidades e preocupações dos colaboradores, a organização reduz conflitos e estresse. Isso contribui para um ambiente mais harmonioso e saudável, no qual se sentem apoiados e capazes de realizar seu trabalho com eficácia.
Em resumo, o foco na employee experience nas organizações não só beneficia os funcionários individualmente. Ele também contribui para o sucesso geral da empresa, promovendo um ambiente de trabalho positivo, produtivo e inovador.
A experiência do colaborador pode trazer uma série de benefícios tangíveis e intangíveis. Isso inclui retenção de talentos, consequente redução de custos e incremento no valor da marca empregadora.
Quando os colaboradores se sentem valorizados, engajados e satisfeitos, eles são mais propensos a permanecer na empresa. A redução no turnover, por sua vez, gera economia em recrutamento, treinamento e integração de novos colaboradores.
Além disso, o foco em employee experience ajuda a moldar uma cultura organizacional positiva. Assim, promove um senso de pertencimento, fortalecendo laços na equipe e contribuindo para um ambiente colaborativo e inclusivo.
E quando os colaboradores se sentem encorajados a contribuir, são mais propensos a propor soluções e impulsionar o progresso da empresa.
Por isso, uma estratégia de employee experience bem-sucedida contribui para maior engajamento, resultando em equipes mais motivadas e eficazes.
Basicamente, uma boa experiência do colaborador contribui para uma boa reputação e marca empregadora forte. Isso não só atrai talentos, mas também fortalece o relacionamento com os demais stakeholders, resultando em vantagem competitiva.
Alguns elementos podem orientar a implementação da estratégia de employee experience nas empresas, independentemente do formato de gestão. Para isso, é preciso ter em vista toda a jornada do colaborador com a organização.
Portanto, é preciso focar, logo de cara, o primeiro contato do candidato com a empresa. Isso acontece durante o recrutamento.
Uma boa experiência nos primeiros contatos pode impactar significativamente a employee experience. Isso inclui tanto o processo seletivo como o onboarding, ou seja, a adaptação do novo colaborador.
Priorizar o desenvolvimento e o aprendizado também é um importante pilar para a employee experience. Afinal, é difícil ignorar a velocidade exponencial da disrupção do mercado e do mundo do trabalho hoje.
Portanto, atualmente os colaboradores tendem a valorizar ainda mais as oportunidades de crescimento profissional e desenvolvimento de habilidades.
Assim, oferecer programas de treinamento, mentoria e possibilidades de avanço na carreira é essencial para uma experiência positiva.
A qualidade da liderança e do gerenciamento é outro fator de impacto na employee experience. Afinal, bons líderes, que inspiram, apoiam e capacitam suas equipes, são parte fundamental da experiência do colaborador na organização.
Outro passo crucial é reconhecer e recompensar quem faz boas entregas, e manter os colaboradores motivados e engajados. Isso pode incluir elogios, prêmios, promoções ou outros incentivos tangíveis e intangíveis.
Por fim, para aprimorar a EX, a organização pode proporcionar ferramentas e tecnologias que possam facilitar o trabalho. Essa prática pode melhorar a eficiência e reduzir o desgaste físico e mental, proporcionando uma experiência ainda melhor.
Ao focar essas estratégias, as empresas tendem a criar uma employee experience que promova engajamento, satisfação e sucesso mútuo.
Implementar uma estratégia de employee experience exige um planejamento cuidadoso e um compromisso organizacional sólido. Tudo isso, alinhado com a cultura e os objetivos gerais da empresa. Mas é possível superar os desafios.
Essa empreitada pode ser difícil se a cultura organizacional não valorizar o cuidado com os colaboradores. Afinal, isso requer liderança comprometida em promover uma cultura de apoio e abertura à mudança.
Ainda, uma estratégia eficaz de EX pode exigir recursos — financeiros, tecnológicos e humanos. Superar esse desafio envolve convencer os decisores da importância do investimento.
Afinal, employee experience abrange várias áreas funcionais, incluindo RH, operações, tecnologia e liderança. Garantir o alinhamento e a colaboração entre todos pode ser desafiador, mas é essencial para a implementação bem-sucedida.
Um bom caminho é mensurar e avaliar a eficácia da estratégia de EX, para mostrar objetivamente o retorno sobre o investimento. Para tanto, é necessário adotar métricas e indicadores de desempenho claros e contínuos para análise.
A implementação bem-sucedida de uma estratégia de employee experience requer o envolvimento e a colaboração de uma variedade de stakeholders dentro da organização, incluindo líderes, gestores, executivos e a área de gestão de pessoas (RH).
Cada uma dessas partes desempenha papéis distintos, mas interconectados, no processo de implementação da estratégia de EX.
Os altos gestores e executivos são fundamentais na definição dos objetivos da estratégia. Eles devem compreender e comunicar a importância da EX para o sucesso geral da empresa, e fornecer o apoio e os recursos necessários para a implementação.
Além disso, os líderes devem servir como modelos de comportamento, demonstrando um compromisso com os valores e princípios da EX nas próprias ações e decisões.
Os gestores e líderes de equipe desempenham um papel crucial na execução da estratégia no âmbito operacional.
Eles têm impacto direto na experiência dos colaboradores e são responsáveis por criar um ambiente de trabalho positivo. Isso inclui fornecer feedback, oferecer suporte e promover uma cultura de respeito, confiança e colaboração.
Líderes engajados e capacitados são essenciais para manter uma cultura de EX forte e garantir que os valores da empresa sejam transmitidos em todos os níveis organizacionais.
O RH lidera e coordena a implementação da estratégia de EX em toda a organização. Isso inclui políticas, programas e iniciativas que promovam uma experiência positiva do colaborador.
A área também desempenha um papel importante na medição e avaliação da EX. Assim, garante que as necessidades e preocupações dos colaboradores sejam ouvidas e atendidas com eficácia.
Um RH orientado à gestão de pessoas investe, ainda, no desenvolvimento de líderes que compreendem a importância da EX e estão comprometidos em criar um ambiente de trabalho positivo.
Finalmente, o sucesso na implementação de uma estratégia de employee experience requer comprometimento de líderes, executivos e RH. Trabalhando juntos, podem criar um ambiente que promova o bem-estar, o engajamento e o sucesso dos colaboradores.
Utilizar um sistema de gestão de recursos humanos (HRMS, na sigla em inglês) pode simplificar muitos processos relacionados à gestão de pessoas. Esses sistemas ajudam, inclusive, a avaliar as métricas voltadas a EX.
Além disso, automatizar tarefas burocráticas permite que os colaboradores e a equipe de RH se concentrem em atividades mais estratégicas.
Um estudo global com mais de 3.500 gestores constatou que empresas mais avançadas digitalmente demonstram forte propensão à colaboração interfuncional. A pesquisa foi realizada em parceria entre MIT Sloan Management Review e Deloitte.
Segundo o estudo, mais de 70% das empresas digitalizadas trabalham com equipes compostas de membros de diferentes áreas. Em organizações em estágios iniciais de digitalização, menos de 30% adotam essa abordagem colaborativa.
Os dados sugerem que as empresas mais avançadas digitalmente estão mais propensas a promover uma cultura de colaboração entre diferentes áreas. Isso influencia positivamente a employee experience, incentivando o trabalho em equipe, o compartilhamento de conhecimento e a inovação.
Outro exemplo são as ferramentas de comunicação interna, como intranets, aplicativos móveis e plataformas de mensagens. Elas facilitam a comunicação entre os colaboradores e diversos departamentos da empresa.
Assim, é possível aprimorar a colaboração, o compartilhamento de informações e a transparência.
Plataformas de aprendizado e desenvolvimento são outro investimento possível em employee experience. Elas permitem que os colaboradores acessem treinamentos e recursos de desenvolvimento profissional com facilidade.
Ferramentas para videoconferências, compartilhamento online e colaboração em tempo real também oferecem mais flexibilidade e autonomia. O que vai em linha com os novos modelos de trabalho a distância.
Levantamento realizado pela WeWork aponta que o trabalho híbrido é o mais benéfico para a saúde mental dos colaboradores. Portanto, tecnologias para trabalho remoto estão diretamente ligadas a employee experience, caso o modelo esteja no radar da empresa.
Um exemplo notável de implementação bem-sucedida da estratégia de employee experience é o caso do Airbnb.
Eles desenvolveram uma cultura organizacional centrada no colaborador, focada em oferecer uma experiência de trabalho significativa e gratificante para a equipe.
Outro exemplo é o da Adobe, que implementou um programa específico para melhorar a experiência do colaborador.
Eles adotaram uma abordagem centrada em pessoas. Oferecem benefícios como flexibilidade no trabalho, programas de desenvolvimento profissional e cultura de feedback contínuo.
Mais de 90% dos funcionários da Adobe afirmam que a empresa é um ótimo lugar para trabalhar. A média das companhias sediadas nos Estados Unidos é de 57%. Os dados são do Great Place to Work — organização global de pesquisas para identificar empresas que oferecem excelentes ambientes de trabalho.
Além disso, a Microsoft também é conhecida por sua abordagem inovadora em employee experience. A empresa de Bill Gates busca oferecer aos colaboradores uma experiência personalizada, com base em necessidades individuais.
O que essas empresas têm em comum? Todas elas são muto bem-sucedidas em seus ramos.
Em resumo, organizações líderes em estratégias de EX podem impulsionar, e muito, o engajamento, a satisfação e o sucesso organizacional.
Hoje, o talento é recurso cada vez mais valioso. Portanto, investir em employee experience é uma prioridade estratégica para as organizações que buscam se destacar e prosperar.
Ao adotar uma abordagem centrada no colaborador, as empresas podem colher uma série de benefícios. Isso inclui maior engajamento e produtividade até retenção de talentos e inovação.
Mas employee experience vai além de criar um ambiente de trabalho agradável. Trata-se de construir uma cultura organizacional que valoriza e respeita os profissionais, reconhecendo seu papel no sucesso da empresa.
E as novas configurações de trabalho apontam que a employee experience não se limita a um “agrado” aos colaboradores. EX deve ser vista, sim, como parte da estratégia organizacional.
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