A comunicação é inerente ao ser humano e conseguir se expressar bem é um diferencial para quem deseja se destacar no mercado de trabalho. A comunicação interpessoal pode facilitar o crescimento de um profissional no mercado e pode ser desenvolvida por todos.
Embora algumas pessoas tenham mais dificuldade em conseguir comunicar o que pensam, essa habilidade pode ser aprendida e faz muita diferença na hora de apresentar suas ideias e projetos na empresa.
Acompanhe conosco tudo sobre o assunto e saiba como desenvolver esse tipo de comunicação e como a empresa pode apoiar os colaboradores nesse processo.
Antes de nos aprofundarmos no assunto, vamos entender o que é comunicação interpessoal: em resumo, é a habilidade de trocar informações entre pessoas, de forma verbal ou não-verbal.
É a capacidade de transmitir e receber informações com clareza, conseguindo interpretar as mensagens trocadas entre as pessoas. É um processo que envolve reciprocidade e demanda alguns requisitos para que possa fluir:
Podemos perceber que a comunicação envolve mais do que apenas a mensagem. É preciso se certificar de que tanto quem a envia quanto quem a recebe consiga entendê-la, através de diversos canais.
Ou seja, não adianta apenas ter uma boa oratória se o receptor não conseguir entender o que foi dito. Um bom profissional procura investir em uma comunicação que seja clara e fácil de compreender.
No ambiente de trabalho, a comunicação interpessoal envolve tanto falar quanto ouvir e interpretar a mensagem. Essa comunicação está presente em todos os momentos do nosso dia, pois é realizada tanto de forma verbal (com palavras escritas ou faladas) quanto não-verbal (com gestos, postura, desenhos, expressões etc).
Ter uma comunicação clara é fundamental para conseguir crescer na empresa e ajudar a instituição a se desenvolver. Afinal, por mais competente que seja um profissional, se ele não tiver a habilidade de informar aos demais o que realizou ou falar suas ideias, dificilmente os outros conseguirão enxergar isso.
E a empresa também se beneficia com essa competência: segundo pesquisa da Harvard Business Review, 47% das empresas que possuem uma comunicação clara obtêm melhores resultados no médio prazo.
A comunicação diferencia o ser humano das demais espécies, por sua complexidade de sinais, símbolos e canais. Com isso, essa troca de informações ganha cada vez mais importância na sociedade, adquirindo algumas funções muito importantes.
Stephen R. Robins, autor do livro Comportamento Organizacional e especialista no assunto, lista quatro funções essenciais da comunicação, cada uma com sua importância para o ser humano. O equilíbrio entre essas funções é fundamental para criar uma troca de informações efetiva.
É natural que o ser humano acabe externando suas emoções através da comunicação, tanto para mostrar satisfação quanto tristeza sobre qualquer aspecto de sua vida pessoal e profissional.
Por passar muito tempo no trabalho, o profissional pode encontrar ali um grupo de interação social e expressar suas emoções com os colegas. Também pode acontecer de transparecer os sentimentos vividos após determinadas situações, como receber um feedback ou uma promoção, apresentar um projeto que exigiu muito de si, finalizar um atendimento extenso e trabalhoso etc.
Ter liberdade para comunicar de forma a expressar as emoções é um ponto importante para muitos colaboradores e deve ser levado em consideração pelos gestores. Ao promover um ambiente receptivo para essas expressões, a empresa incentiva relacionamentos de confiança entre os funcionários e pode conhecer melhor suas necessidades para ajudá-los.
A comunicação também serve para motivar os demais, informando os resultados esperados e como é possível melhorar sempre. Nem sempre um discurso motivacional é emotivo, mas deve deixar claro o que precisa ser feito e o nível de qualidade esperado para cada situação.
Esse tipo de comunicação interpessoal pode ser realizado através de feedbacks com os colaboradores, apontando as qualidades e pontos de melhoria de cada um, sempre com foco no seu crescimento e desenvolvimento.
O que pode ajudar a criar uma comunicação para motivar é estabelecer metas para os funcionários e deixá-los atualizados sobre seu progresso e o que é necessário para continuar atingindo os objetivos.
Já essa categoria de comunicação envolve relações de controle entre pessoas. No ambiente de trabalho, pode ser usado para obter domínio sobre um grupo de pessoas, em especial por parte da chefia da empresa.
Em instituições muito rígidas, esse tipo de comunicação pode ser comum, mas nem sempre produz efeitos positivos, pois pode desanimar alguns colaboradores que não se sentem confortáveis com muito controle sobre si.
A comunicação para controle também visa ter domínio sobre comportamentos, influenciando o que será feito por determinado grupo. Um comunicador que domina essa função consegue extrair bons resultados da sua equipe, mesmo sem muitos recursos, pois orienta com clareza o que é necessário realizar.
Já essa função da comunicação tem como objetivo informar fatos e opiniões, que podem embasar a tomada de decisão na empresa. A partir das informações obtidas, é possível analisar a situação para determinar o que será feito.
É um formato mais voltado à transmissão de ideias e fatos, permitindo que o receptor tenha uma visão mais clara do cenário, sem necessariamente apresentar alguma emoção ou forma de controle sobre os demais.
Se a qualidade da informação for ruim, as decisões tendem a ser ruins também. Por isso, é importante sempre buscar dados confiáveis e aderentes à realidade da empresa, para que sejam úteis na tomada de decisão.
Embora muita gente pense que a comunicação interpessoal seja falar e se expressar, uma boa comunicação envolve principalmente a escuta ativa, ou seja, entender mais do que as palavras, considerando também o tom de voz, a postura e a linguagem corporal do emissor.
Isso porque a comunicação é um processo completo, que envolve muitas coisas além do que é dito. Um bom comunicador entende isso e procura prestar atenção ao que ouve e lê, para garantir que interpretará corretamente a mensagem passada.
Outro ponto, que se alia a esse, é a sensibilidade, pois a comunicação depende da interação entre pessoas. Quando acontece identificação e empatia entre o emissor e receptor, a comunicação fica muito mais fluida, porque há um entendimento maior da necessidade e intenção do outro.
Assim, ter uma boa comunicação interpessoal é conseguir se expressar com facilidade, levando sua mensagem de forma clara, além de entender as ideias da outra pessoa com atenção e empatia.
Bons comunicadores conseguem estabelecer diálogos claros, interpretando os sinais do emissor de forma atenta, procurando também enviar mensagens claras, através não só das suas palavras, mas da postura, tom de voz e linguagem corporal.
Lembre-se que a comunicação é um conjunto de fatores e todos são importantes para transmitir a mensagem desejada. Além disso, é plenamente possível desenvolver essa habilidade de se comunicar com clareza, como veremos logo mais.
Algumas habilidades importantes para uma boa comunicação que podemos destacar são:
Como comentamos, a comunicação interpessoal é uma habilidade. E como tal, é possível de ser treinada para se ter benefícios com essa competência. Em especial na vida profissional, investir em uma boa comunicação.
Alguns pontos que valem a pena observar são:
Um exemplo desse tipo de foco é ajustar a linguagem ao seu público-alvo. Por exemplo, uma linguagem técnica pode ser excelente para passar informações para uma equipe de engenheiros, mas péssima numa reunião com clientes.
Agora que já sabemos o que é uma boa comunicação interpessoal, vamos entender melhor os estilos que se aplicam no ambiente de trabalho e como usá-los a seu favor para ter uma transmissão de informações mais eficiente.
Essas categorias foram elencadas por Mark Murphy, CEO de um instituto de pesquisas, após identificar quatro tipos de comunicadores nas empresas. Vale lembrar que nenhum estilo é melhor ou pior que o outro, pois cada um possui pontos fortes e fracos que devem ser trabalhados.
Na verdade, ter uma diversidade de estilos de comunicação interpessoal na equipe pode potencializar seus resultados, porque haverá um complemento na forma de falar e enxergar as situações.
Cabe aos gestores e ao RH ajudar a identificar esses perfis comunicadores e apoiar os colaboradores a desenvolver suas habilidades. Mas os funcionários também podem buscar mais informações sobre o assunto e ingressar em uma jornada de autoconhecimento e crescimento pessoal.
Esse perfil de colaborador valoriza uma comunicação mais emotiva, procurando se conectar com as outras pessoas, entendendo o que elas sentem, além do que pensam. Sua linguagem pode ter traços de improviso e falam de maneira mais passional.
Esse tipo de comunicação também pode ser chamada de emocional, justamente por trazer uma alta carga de sentimentos ao expressar a mensagem. Por buscar uma conexão com as pessoas, conseguem construir relações de confiança e tendem a ser ótimos líderes de equipe, pois genuinamente se preocupam com os outros.
Já este perfil possui mais afinidade com dados e números, procurando analisá-los para extrair as informações necessárias. Sua linguagem é mais direta, evitando ao máximo ambiguidades e mal-entendidos e buscando uma comunicação interpessoal mais assertiva e que propicie um entendimento claro da situação.
Por ser mais objetivo, um profissional com perfil de comunicação analítico evita a linguagem emocional, expressando seu conhecimento através de dados, números e estudos sobre os assuntos abordados.
Seu foco em dados e números ajuda o colaborador a ser neutro, o que facilita em momentos de análise e tomada de decisão. Sua objetividade enriquece um grupo com argumentos lógicos e uma visão mais clara e direta da situação.
O perfil analítico consegue uma conexão maior com pessoas com o mesmo estilo de comunicação, mas não deixam de ser bons líderes.
Esse perfil de comunicação interpessoal não se prende muito aos detalhes, mas procura enxergar as situações de forma ampla. Sua forma de se expressar tende a ser mais rápida e direta, pois visualiza o contexto como um todo, sem levar muito em consideração suas minúcias.
O colaborador com esse perfil tende a agir rapidamente e não tem medo de inovar e desafiar os paradigmas atuais. São bons líderes, pois conseguem visualizar o todo das situações, pensando de forma ampla no contexto.
Além disso, a comunicação tende a fluir muito bem com essas pessoas, pois gostam de ir direto ao ponto, observando o que consideram necessário para resolver qualquer questão.
Ao contrário do perfil anterior, pessoas com comunicação funcional são mais atentas aos detalhes e têm mais facilidade com planejamentos, cronogramas e processos. Sua forma de se expressar é mais linear, com os pontos bem ligados e estruturados.
Por gostarem de observar as situações com maior atenção, são ótimos líderes para desenhar novos processos, produtos e serviços. Sua comunicação está baseada em argumentos lógicos, organizados e embasados em datas e processos.
Como pudemos ver, esses diferentes perfis de comunicação interpessoal se complementam, tornando uma equipe que possua todos os tipos muito mais eficaz, pois um agrega à comunicação dos outros.
É interessante mapear o tipo de comunicação de todos os colaboradores, para que suas habilidades sejam trabalhadas com mais qualidade, focando realmente no desenvolvimento dos seus pontos fortes.
Assim, cada funcionário potencializará suas competências e o time todo ganhará, pois terão várias pessoas com habilidades direcionadas e bem trabalhadas.
Já comentamos que a comunicação interpessoal é uma habilidade que pode ser desenvolvida pelos profissionais. Esse processo pode levar algum tempo, a depender do perfil de cada um e dos recursos disponíveis para investir nessa mudança.
Nesse estágio, é interessante que a empresa e o RH apoie o colaborador, oferecendo o suporte necessário para seu crescimento. Afinal, a companhia só tende a ganhar com uma comunicação mais fluida e eficiente: 60% dos profissionais afirmam que todos os meses têm pelo menos um contratempo por problemas de comunicação.
Agora, vamos acompanhar alguns pontos para investir e melhorar sua comunicação interpessoal:
Procure prestar atenção na sua forma de se comunicar, como articula as ideias e o que é importante para você na hora de falar. Nesse momento, é interessante identificar qual é o seu perfil de comunicação, para, a partir disso, saber quais pontos devem ser trabalhados.
Se você está começando a investir nesse assunto agora, é possível que levante vários problemas na comunicação interpessoal – e isso é normal. O próximo passo é observar outras pessoas que você acredita que se comunicam bem e perceber o que leva você a ter essa percepção sobre elas.
Ao listar os seus pontos de melhoria e o que você admira nos outros, poderá traçar um caminho para se desenvolver, pois saberá exatamente o que precisa trabalhar. Coloque pequenas metas para essa mudança e desenhe um plano de ação, com atividades e prazos definidos.
Caso tenha alguma dificuldade nesse processo, peça ajuda para uma pessoa de confiança, que possa tanto apontar o que deve ser melhorado quanto o objetivo que você deve trabalhar para chegar.
Ao longo do caminho, é possível que alguns obstáculos apareçam, mas não deixe de trabalhar sua forma de se comunicar, pois os ganhos superarão as dificuldades do processo.
Como comentamos há pouco, cada audiência demanda um tipo de comunicação diferente. Um bom comunicador consegue adequar sua fala para cada situação, entendendo a melhor maneira de se expressar.
Embora cada profissional tenha seu próprio perfil de comunicação interpessoal, é muito importante conseguir transitar entre os outros estilos, para que todos entendam a mensagem transmitida.
Observe se a audiência prioriza uma comunicação mais emocional ou prefere a objetividade. Entenda a melhor maneira de se conectar com as pessoas e de transmitir a mensagem: será com dados, números e processos? Ou talvez com uma visão completa da situação?
A partir dessa análise, procure adequar seu discurso, fazendo pequenos ajustes na sua comunicação. Essas mudanças não alterarão a sua forma de se comunicar, apenas vão facilitar o entendimento por parte da audiência.
Afinal, esse é o principal objetivo da comunicação. Lembre sempre que o foco está na mensagem e na sua compreensão, usando os recursos necessários para que isso aconteça.
Assim como o ponto anterior, esse exercício de observação e modulação da comunicação leva tempo, mas potencializa os resultados do profissional ao se expressar.
Também já comentamos aqui sobre a escuta ativa e a empatia. Essa conexão com sua audiência é fundamental, para perceber se ela está compreendendo a mensagem e para poder se comunicar com mais eficiência.
Observe os sinais do público, como suas expressões e linguagem corporal, pois isso indica como ele está recebendo sua mensagem. Essa percepção também ajuda a minimizar incompreensões no seu discurso.
Isso porque é normal que, ao se comunicar, você acredite que está sendo claro sobre o assunto, mas nem sempre o interlocutor tem essa mesma percepção. Para evitar que o público entenda a mensagem de forma equivocada ou fique sem compreendê-la, procure verificar se todos estão acompanhando seu discurso.
Além disso, a comunicação interpessoal é baseada em diálogos, o que envolve falar e escutar, por isso essa etapa é tão importante: para criar relacionamentos e tornar a comunicação uma verdadeira troca de ideias e informações.
É fundamental reforçar que a comunicação interpessoal é um conjunto entre a linguagem verbal e não-verbal. Muitas vezes, prestamos mais atenção às palavras e sua oratória, mas esquecemos dos outros elementos.
Afinal, não adianta conseguir articular suas ideias com clareza se o tom de voz não passa a confiança necessária e as expressões faciais não acompanham o tom do discurso. Instintivamente, o público percebe a forma como você se comunica e analisa o todo da mensagem.
Assim como a falta de expressão, um tom de voz monótono e uma postura retraída passam uma imagem e podem atrapalhar a compreensão da mensagem, o contrário também é verdade: gesticular em excesso, ter uma postura inadequada para o contexto também pode tirar o foco da sua comunicação.
Para poder melhorar esse aspecto, grave a si mesmo ao se comunicar e observe o que pode ser ajustado. Se tiver alguém de confiança, peça algumas dicas sobre o que deve ser trabalhado, para passar a imagem esperada em cada situação.
Lembre sempre que cada caso exige uma postura e forma de comunicar, é importante sempre avaliar o que o momento pede e se adequar: uma entrevista de emprego pede uma comunicação diferente da apresentação de resultados semestrais, por exemplo, e saber transitar entre os formatos potencializa a percepção da audiência.
A comunicação é um dos principais diferenciais do ser humano e envolve muitos processos e etapas para que uma mensagem seja transmitida. Embora pareça complexo, é possível se desenvolver e aprender a se comunicar de forma mais clara e eficiente com observação e treino de alguns pontos.
A comunicação é uma troca e demanda falar e escutar o outro. Para isso, algumas habilidades como empatia e escuta ativa podem ser trabalhadas, de forma a criar uma conexão com o interlocutor e tornar a comunicação mais fluida.
Na vida profissional, a comunicação interpessoal pode abrir portas e o colaborador que domina essa habilidade pode se destacar no mercado de trabalho. Um dos primeiros pontos é identificar seu perfil de comunicação e listar seus pontos fortes ao se expressar.
Como não existe perfil melhor ou pior, o importante é potencializar as habilidades que já se tenha. A empresa e o RH podem apoiar o profissional nesse processo, oferecendo feedbacks e treinamentos, além de oportunidades para a expressão das ideias.
Depois de identificar o perfil de comunicação, é preciso listar o que pode ser melhorado, entendendo o momento atual do colaborador e quais competências serão desenvolvidas para que sua expressão seja clara.
Além disso, um exercício constante que deve ser feito é analisar a audiência e entender a melhor maneira de transmitir a mensagem, focando sempre no total entendimento do público. Se for preciso, estratégias para esclarecer as ideias podem ser aplicadas.
Por fim, é importante lembrar que a comunicação envolve elementos verbais e não-verbais e esse conjunto deve ser observado para que a mensagem seja enviada e recebida da melhor maneira.
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