A motivação é um sentimento intrínseco aos seres humanos. Ou seja, mais do que buscar caminhos externos para a motivação no trabalho, é preciso saber identificar o que nos move, para direcionarmos melhor as nossas energias.
Por essa razão, a consultora de liderança e inovação Lisa Lai define que para manter os colaboradores motivados, é preciso que eles vejam sentido e propósito no que fazem. Ser somente recompensados financeiramente pelas entregas já não é o bastante.
É difícil se motivar a fazer exercícios, por exemplo, pensando no resultado para a saúde em longo prazo — “Em 30 anos, você terá boa disposição e um coração mais forte”.
A atividade precisa se encaixar na sua dinâmica de vida atual, gerar benefícios visíveis no curto prazo e proporcionar bem-estar.
Seja na vida pessoal ou no trabalho, mais do que ter foco no resultado, é preciso que o processo para chegar até ele seja significativo. Se ainda for prazeroso, melhor ainda, pois é o que impacta a dedicação e a qualidade da entrega.
A motivação no trabalho é a força motriz que leva alguém a ter dedicação, determinação e resiliência para desempenhar o seu papel profissional.
No entanto, por mais razões que tenhamos para executar nosso trabalho da melhor maneira possível, nem sempre nos sentimos assim — quem nunca acordou cansado, indisposto, com vontade de jogar tudo para o alto?
Por isso é importante ter consistência e persistir na execução, como forma de nos ancorar nos nossos objetivos e nos mantermos motivados a atingi-los. Disciplina e resiliência são pilares que sustentam a motivação.
Quando o colaborador está motivado, ele se sente impelido a realizar suas atividades de maneira eficaz e eficiente, buscando alcançar não só as metas da organização, mas também se desenvolver profissionalmente.
A motivação no trabalho leva à boa performance. Ter colaboradores motivados, portanto, é fundamental para atingir bons resultados e saúde dos negócios no longo prazo.
Há organizações nas quais os líderes passam muito tempo debatendo metas, estratégias e novos modelos de negócio, enquanto se esquecem de refletir sobre como fazer o time se sentir parte disso tudo.
Ao passo que a motivação é alimentada pela paixão ou pela necessidade, se não engajar justamente quem executa a estratégia e fazê-los se sentir parte do processo, será difícil orquestrar o time. Outro risco é a dificuldade na retenção de talentos.
Um artigo publicado pela HSM Management aponta que a ausência de feedback, a sobrecarga de trabalho e a falta de perspectiva na carreira são fatores que desmotivam os colaboradores. Por sua vez, aumentam também o turnover e os custos com recrutamento e onboarding.
A motivação no trabalho é alimentada por dois combustíveis: paixão ou necessidade. Na ausência de um deles, o desempenho profissional do colaborador poderá ser comprometido.
No entanto, é possível compreender esses fatores motivadores e buscar meios de impulsioná-los dentro das organizações.
A paixão está atrelada ao propósito, isto é, ao principal objetivo de vida de alguém. Quando os valores de um indivíduo estão alinhados aos valores da empresa, ele se sente motivado a seguir fazendo parte dela, dedicando esforços para o sucesso mútuo.
Por outro lado, a princípio talvez a necessidade pareça um fator motivador menos belo do que a paixão, mas ela também pode estar associada ao propósito. Prover bons estudos aos filhos, por exemplo, pode motivar alguém tanto quanto a paixão por algo.
Por essas razões, não basta oferecer palestras motivacionais, caso a cultura organizacional não tenha como foco engajar e mostrar aos colaboradores que eles são parte relevante daquele organismo vivo que é a empresa.
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Para identificar colaboradores desmotivados, é preciso se atentar a alguns sinais de comportamento evitativo, ou seja, a atitude de evitar desafios, evitar conversas importantes ou se esquivar de feedbacks.
Esse tipo de comportamento reflete a desconexão do colaborador com o trabalho, com o time e com as próprias tarefas que executa, o que pode ter impactos negativos na produtividade, na cultura organizacional e no bem-estar geral.
Vale dizer que dificilmente alguém tem uma rotina na qual todas as atividades lhe parecem prazerosas. Arrisco dizer que talvez a maior parte das atividades do dia a dia não seja mesmo composta de coisas interessantes.
Entretanto, é o conjunto dessas atividades que precisa fazer com que o colaborador visualize algo maior, com o qual ele se conecta e se identifica. E que idealmente o faz curtir essa jornada.
Por isso, se o próprio colaborador não souber identificar onde reside a sua força motriz, entender seus valores e o que exatamente quer para a sua carreira, vai ser difícil encontrar sentido nas atividades desafiadoras ou tediosas.
Se não tiver uma necessidade real ou paixão — propósito —, o colaborador será apenas mais um a bater ponto na empresa, e fará questão de permanecer assim.
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Para atingir objetivos no ambiente corporativo, é preciso definir metas atingíveis e superá-las passo a passo. Execução que fica ameaçada quando os colaboradores estão desmotivados.
Um dos primeiros fatores a ser prejudicado é o trabalho em equipe. O comportamento evitativo e o consequente isolamento interferem no desenvolvimento de tarefas que exigem interação.
Outra consequência de se ter colaboradores desmotivados, portanto, é que a falta de interação e a passividade interferem na capacidade de inovar. O que pode ser vital para a sobrevivência da organização e até mesmo para a relevância dos profissionais.
O The Future of Jobs Report de 2023, do Fórum Econômico Mundial, aponta que 23% dos postos de trabalho passarão por transformações significativas nos próximos cinco anos. Em um cenário como este, quem não estiver motivado e disposto a se atualizar, perderá espaço.
O equilíbrio entre as necessidades do colaborador e as da organização leva a uma dinâmica que acarreta benefícios significativos para ambas as partes, dentre eles:
Em suma, se o funcionário está satisfeito com seu trabalho e se sente parte dele, isso se reflete em melhor performance e resultados para a organização, conforme aponta estudo na área de teorias de motivação e trabalho.
Colaboradores desmotivados tendem a não investir esforço, conhecimento e habilidades em suas atividades profissionais. Portanto, é de suma importância que a organização reconheça-os e valorize-os de forma eficaz.
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Com base em suas pesquisas, a psicóloga social e especialista em liderança e motivação Heidi Grant Halvorson reforça que as pessoas se tornam bem-sucedidas graças à motivação para realizar entregas, e não simplesmente por serem talentosas.
A lista a seguir contém algumas dicas, que servem como gatilhos para compreender melhor os colaboradores e ajudar na motivação da sua equipe:
No entanto, é preciso ter em mente que a motivação é interna, ou seja, depende do próprio indivíduo. Caso ele não tenha um dos fatores motivadores essenciais (paixão ou necessidade), dificilmente o líder sozinho conseguirá motivá-lo.
Nesse caso, para ajudar o colaborador, proponha a ele a seguinte reflexão, para que ele tenha claros:
1) O que é importante para você ser feliz?
2) Que tipo de atividades ou projetos o interessam?
3) Com que tipo de pessoas quer conversar?
4) Que tipo de conhecimento novo quer adquirir?
5) Por qual aprendizado quer passar?
As empresas buscam com frequência estratégias para cultivar um ambiente que incentive a motivação dos funcionários, reconhecendo que equipes motivadas tendem a ser mais produtivas e comprometidas.
No entanto, pensar em estratégias tendo em mente apenas as necessidades da organização não basta. A motivação no trabalho é um fator fundamental para o desempenho da organização, mas está atrelado diretamente à satisfação do profissional.
A sensação de pertencimento, o vínculo criado entre o colaborador e as tarefas que ele executa, o modo como enxerga suas atividades e o propósito dele alinhado com o da empresa geram uma relação de reciprocidade.
Neste contexto, o colaborador é um potencial um futuro líder, que também vai inspirar e motivar. Cria-se, assim, um ciclo virtuoso no qual todo mundo ganha. A motivação no trabalho está relacionada ao autoconhecimento e a encontrar o próprio lugar de potência.
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