O que é lifelong learning, qual é a sua importância e como aplicá-lo na sua empresa?

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Com as expressivas mudanças pelas quais o mercado passou nas últimas décadas graças ao avanço tecnológico, o modo como entendemos o trabalho, e consequentemente o aprendizado, também se transformou. Estamos na era do lifelong learning.

 

Em vez de estudar, aprender um ofício e trabalhar nisso durante toda a vida, o lifelong learning nos permite estudar com mais flexibilidade, aprender o que fizer sentido, mudar de carreira — não importando qual seja a fase de nossa vida.  Acompanhe o artigo para saber mais sobre isso.

 

Lifelong learning: o que é? 

 

Lifelong learning é o aprendizado contínuo, voluntário e automotivado, que vai além dos muros das instituições de ensino e não necessariamente precisa ser conduzido de maneira estruturada. 

 

A princípio, a ideia pode assustar algumas pessoas. Afinal, não fomos ensinados a ser protagonistas da nossa própria educação; fomos ensinados escolher uma instituição de ensino ou um curso ao nosso alcance e razoavelmente alinhado às nossas expectativas. 

 

No Brasil, porém, o ensino acadêmico está distante da prática que o mercado de trabalho demanda, como explicou em entrevista o headhunter Marcelo Silva, pedagogo e especialista em marketing, para o Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia (CEST) da Universidade de São Paulo. 

 

Então, as pessoas saem da graduação e, muitas vezes, se surpreendem com a necessidade de continuar se desenvolvendo constantemente.

 

Qual é o objetivo do lifelong learning? 


O objetivo do lifelong learning é impedir que os conhecimentos e as habilidades caiam na obsolescência, de modo que cada profissional se atualize conforme a própria especialidade, de maneira focada. 

 

Até poucos anos, fazer uma graduação e se especializar eram o suficiente não só para conquistar um espaço no mercado, como chegar a posições de liderança e se aposentar com tranquilidade.

 

As carreiras hoje tendem a durar muito menos tempo do que antes; nossos interesses mudam, nossas necessidades financeiras, idem; o cenário macroeconômico também muda. 

 

O avanço da ciência faz com que o conhecimento formal obtido na graduação se torne defasado cada vez mais rapidamente. Nessa dinâmica, até o conceito de inteligência se modifica. 

 

Se há poucas décadas “inteligente” era a pessoa que acumulava conhecimentos diversos, hoje ser inteligente está mais relacionado à dedicação e à facilidade em dominar determinado conhecimento quando se precisa dele. 

 

Na medida em que o mundo muda em uma velocidade exponencial, inteligente é quem aprende rápido.

 

 

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Exemplos de aprendizagem ao longo da vida 

 

equipe celebrando no escritório

 

Um exemplo bastante contemporâneo que ilustra bem a aprendizagem ao longo da vida  é o fato de que, agora, pela primeira vez, as gerações mais velhas estão efetivamente aprendendo com as mais novas. 

 

Se a geração X (nascidos entre 1965 e 1983) aprendia somente com os baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964), os millennials (nascidos entre 1984 e 1995) aprendem com os com os mais velhos, mas também ensinam àqueles que vieram antes. 

 

Junto com o boom tecnológico, cresceram ensinando pais e avós a usarem a tecnologia e interagem muito bem com ela. Isso desestabiliza as relações de poder relacionadas à idade que sempre estiveram implícitas. 

 

Uma possibilidade é que isso tenha influenciado a forma como os millennials e a geração Z (nascidos entre 1995 e 2009) enxergam o mundo, fazendo-os acharem que sempre têm algo a ensinar (como será também com as gerações posteriores). 

 

Em meio a tanta disrupção, o profissional é o responsável pelo próprio aprendizado orientado ao futuro. Aqui entra o lifelong learning

 

Para conduzir esse processo adequadamente, é importante identificar o modo com o qual ele tenha mais facilidade em aprender e apostar nele. 

 

Dentre as formas autônomas de aprender, destaca-se o método VAC (visual, auditivo e cinestésico), baseado nos sentidos, que tem se disseminado na literatura psicopedagógica. 

 

Nele, a aprendizagem ocorre por meio da visão, da audição e do tato, e cada indivíduo pende para algum deles com o objetivo de se desenvolver da melhor forma. 

 

  • Estilo visual: pessoas com a habilidade de apreender, interpretar e diferenciar as informações e os estímulos visuais. A partir da visualização de imagens, estabelecem relações entre ideias e conceitos. Tendem a planejar tudo com antecedência e organizar os pensamentos de forma gráfica, visando a soluções e alternativas.
  • Estilo auditivo: aqueles que são capazes de depreender, interpretar e diferenciar as informações e os estímulos recebidos pela palavra falada, bem como sons e ruídos, e então estabelecer conexões. Falam sobre problemas e dúvidas; testam soluções verbalmente.
  • Estilo cinestésico: indivíduos capazes de conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos e as informações recebidos pelo movimento e pelo toque, incluindo gesticulações e linguagem corporal. Tendem a ser mais impulsivos e buscar soluções que envolvam atividades diversificadas. 

 

4 pilares do lifelong learning 

 

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), os quatro pilares do lifelong learning são: 

 

  • Aprender a conhecer: ao estabelecer contato com diferentes manifestações culturais e possibilidades de aprendizado, a pessoa aprende a aprender com as oportunidades que surgirem. 
  • Aprender a fazer: este pilar inclui colocar em prática, profissional e socialmente, os conhecimentos adquiridos, trabalhar em equipe e solucionar problemas com base no próprio repertório. 
  • Aprender a conviver: aqui, se desenvolve uma relação de conexão e empatia com outro, pautada no respeito à diversidade e na capacidade de solucionar conflitos. 
  • Aprender a ser: neste pilar, o lifelong learning se concretiza. Aqui, o indivíduo terá conquistado autoconhecimento e autonomia suficientes para identificar gargalos e oportunidades de aprendizado, considerando suas potencialidades e responsabilidade social.

 

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Lifelong learning no ambiente corporativo 

 

 

No mundo atual, cada dia mais volátil, incerto, complexo e ambíguo, não faltam desafios no ambiente corporativo. Nesse contexto, a adoção do lifelong learning funciona como estratégia para empresas e profissionais se manterem perenes e competitivos. 

 

Afinal, ser bem-sucedido hoje não garante sucesso futuro. Um bom exemplo disso são empresas centenárias e consolidadas sendo desafiadas por startups e precisando renovar seus modelos de gestão e estratégia. 

 

Coragem, flexibilidade, criatividade são atitudes essenciais. Sendo assim, o aprendizado contínuo depende de sair da zona de conforto, mesmo que isso provoque alguma dor. 

 

A psicóloga Carol Dweck, em seu clássico livro Mindset — A psicologia do sucesso, basicamente nos diz que o mundo se divide entre as pessoas que estão abertas ao aprendizado e as que estão estagnadas. 

 

Pessoas bem-sucedidas normalmente sabem que não estão 100% preparadas quando assumem um desafio, mas se valem da confiança de que vão aprender ao longo do caminho. 

 

Para tanto, esses profissionais buscarão o devido aprendizado, de acordo com a sua melhor forma de aprender, e dedicarão energia ao processo de desenvolvimento. 

 

Uma vez que o desenvolvimento, em partes, ocorre por meio da experiência diante de novas situações, pessoas abertas ao aprendizado se distinguem daquelas que esperam estar totalmente prontas para assumir um desafio — algo que nunca vai acontecer. 

 

Kerry Johnson, no livro Novo Mindset, Novos Resultados, descreve como nossa configuração mental molda nosso cérebro e, em consequência disso, condiciona nossas ações. 

 

Ou seja, pessoas com o mindset de aprendizado, adeptas do lifelong learning, tendem a se desenvolver mais rápido e a se destacar. 

 

Não há certo ou errado em relação ao próprio aprendizado contínuo, mas é importante, tanto para empresas quanto para pessoas, ter clareza de quais são seus objetivos e ambições. Assim, poderão buscar um desenvolvimento focado. 

 

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Dicas para utilizar o lifelong learning 

 

A primeira dica para utilizar bem o lifelong learning é, primeiro, mapear o que está acontecendo no mercado em que você atua — e não só na sua empresa. 

 

Apoderar-se do seu futuro ou colaborar para o futuro da sua organização exige que tenha domínio da sua área e se mantenha atualizado. Para isso, saiba identificar a melhor forma de aprender e manter-se “no páreo”, sem perder relevância na área. 

 

Uma boa opção é fazer um diário de aprendizados. Em qualquer ferramenta à sua escolha, anote o que estiver aprendendo, seja conhecimento técnico, comportamental ou de qualquer outro tipo.

 

 

Ciente do que lhe agrada, olhe para esse diário, visualize o progresso e se organize para minimizar os gargalos. Observe quanto do seu tempo é dedicado às atividades que o motivam. Esta será a sua força motriz! 

 

Ainda, busque desenvolver habilidades que façam sentido com os seus talentos. Para identificá-los, responda às perguntas a seguir de maneira sincera e o mais objetiva possível: 

 

  • No que eu me destaco?
  • O que eu faço com facilidade?
  • O que eu faço com prazer?
  • O que eu costumo aprender facilmente?
  • O que eu faço com naturalidade?
  • O que eu diria que são os meus talentos?

 

Há uma opção interessante para aqueles que aderiram ao lifelong learning e que se interessam pela educação formal. 

 

Universidades como USP, UFBA e Unicamp oferecem o programa Universidade Aberta para a Terceira Idade, a fim ajudar pessoas com idade mais avançada a fazer uma boa transição de carreira ou a se desenvolver ainda mais.

 

Conclusão 

 

Nesta era de disrupções exponenciais, o lifelong learning ajuda os profissionais em seu maior desafio, que é permanecer relevante em um mercado em franca transformação. 

 

Em vez de sair fazendo cursos, aderir ao lifelong learning ajuda a descobrir qual é o seu bloqueador de carreira, se concentrar nele e priorizar o que importa. O ponto fundamental dessa estratégia é o protagonismo no diagnóstico antes da escolha.

 

Toda a complexidade resultante de uma longevidade cada vez maior e carreiras cada vez mais dinâmicas acarreta um desafio complexo. É exigido cada vez mais que os profissionais se atualizem e saibam transitar entre tarefas. 

 

Lançar mão do lifelong learning nesse cenário é uma oportunidade de ser estratégico, permanecer relevante e se destacar no mercado.

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