Atualmente, vemos que o tema qualidade de vida no trabalho tem ganhado força, principalmente, devido às mudanças nas relações de trabalho, influenciadas pela pandemia pelo Covid-19, com a consolidação de modalidades como home office e modelo híbrido de trabalho.
Além disso, esse tema é extremamente relevante na vida de cada um de nós, pois o trabalho ocupa uma posição central na vida da maioria das pessoas.
E o efeito da redução dos espaços entre a vida pessoal e profissional, acaba esbarrando no bem-estar e na saúde do trabalhador, impactando suas entregas na organização.
Sendo assim, repensar as formas de trabalho e criar condições para uma atuação mais leve, voltada para aumentar a satisfação, promover boas relações e um clima organizacional saudável é o melhor caminho para que a empresa tenha um melhor desempenho.
Se você quer saber como pode fazer isso e como alcançar o bem-estar na empresa, este artigo pode te ajudar.
A qualidade de vida no trabalho é definida como ações conjuntas que a empresa cria com o objetivo de proporcionar bem-estar e condições favoráveis para o desenvolvimento das pessoas durante a realização do seu trabalho. Essas ações envolvem:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), podemos definir a qualidade de vida no trabalho, como:
“A percepção que um indivíduo tem sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (Promoción de la salud: glosario. Genebra: OMS, 1998).
Esse conceito de qualidade de vida entrou em foco depois da Primeira Guerra Mundial, onde fatores econômicos, sociais e políticos ajudaram na necessidade de mudar o tratamento com os trabalhadores para aumentar a produtividade.
Nesse contexto, as preocupações com a qualidade de vida tinham cunho financeiro.
Entre as décadas de 1930 e 1940, surgiram os primeiros programas de segurança do trabalho.
Já em 1950, os estudos já eram voltados para as mudanças que a organização deveria fazer para promover um maior bem-estar na vida do indivíduo.
No entanto, a qualidade de vida no trabalho só começou a ter maior relevância na década de 1970.
Em 1990, surgiram nas organizações, políticas e programas de qualidade total, como a ISO 9.000 e outros métodos voltados para promover a satisfação do cliente.
Recentemente, a concepção de qualidade de vida no trabalho já começou a abranger a responsabilidade social com os funcionários, entendendo que o bem-estar vai além dos limites organizacionais.
Assim, as empresas passaram a perceber a necessidade de estimular uma comunicação mais assíncrona, devolutivas menos imediatistas, relações menos formais entre os colegas de trabalho, vínculos menos verticalizados e lideranças mais humanas.
Essa linha de pensamento mais humanista foi um dos marcos na evolução da qualidade de vida no trabalho, com forte influência dos estudos de Eric Trist e seus colaboradores, com a introdução de uma abordagem interativa que levava em conta a tríade: indivíduo-trabalho-organização, considerando o ambiente constituído por uma parte social e outra técnica.
Essas duas partes devem levar em consideração as necessidades dos trabalhadores.
Dessa forma, vemos uma mudança no modelo de relações e conceitos da organização em relação aos seus funcionários, buscando também a promoção do bem-estar do trabalhador, seu reconhecimento e importância para que o ambiente seja mais funcional e produtivo.
Assim, com essa evolução da qualidade de vida no trabalho, o colaborador deixou de ser visto apenas como um recurso da organização e passou a ser visto em sua completude, ou seja, como um ser humano que possui outras necessidades além da econômica, como necessidade social e psicológica.
Dessa forma, para a organização, o paradigma também mudou, de modo que as empresas precisam de um funcionário comprometido e disposto a usar seus conhecimentos, habilidades e competências para atingir um nível máximo de desempenho.
Por isso, muitas regras de gestão e planejamento foram implementadas, para que o trabalhador passasse a se entregar mais e, ao mesmo tempo, vivenciar experiências positivas no ambiente de trabalho, com mais espaço para exercer sua criatividade.
Mas aqui no Brasil, o que envolve promover a qualidade de vida no trabalho? Alguns estudos, desenvolvidos no sentido de integrar os indicadores e dimensões de qualidade de vida, consideram algumas proposições, como:
O trabalho ocupa uma parte importante da vida da maioria das pessoas, que passam uma grande parte de suas vidas dentro das empresas, se dedicando e vendendo o seu tempo de trabalho.
Dessa forma, é importante perceber e avaliar o impacto das atividades profissionais na vida das pessoas.
Muitas vezes, a rotina de trabalho pode se tornar desgastante até mesmo em ambientes que parecem mais acolhedores, como os escritórios, por causa das longas horas na mesma posição, hábitos repetidos e posturas incorretas.
Além disso, existem as cobranças constantes em relação às metas da organização, produtividade, excesso e acúmulo de atividades. Isso pode causar estresse, fadiga e cansaços extremos, que culminam na desmotivação, rotina pouco produtiva, insatisfação e falta de vontade de se empenhar pela carreira.
Todos esses fatores podem interferir na saúde física e psicológica do trabalhador, comprometendo seu bem-estar. Somado a isso, temos hoje um cenário muito mais competitivo, devido a globalização e ao rápido desenvolvimento tecnológico.
De modo que esse profissional é submetido ao aumento da competitividade e às fortes transformações do mercado.
Observando esse cenário, as empresas perceberam que promover a qualidade de vida no trabalho é importante não só para o desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários, mas também para a organização como um todo.
Por meio dos programas de QVT as empresas podem melhorar o ambiente e as condições de trabalho, o que contribui para aumentar a satisfação e motivação dos funcionários.
As organizações que adotam esses programas de qualidade de vida no trabalho se destacam no mercado, pois melhoram sua vantagem competitiva, uma vez que melhores condições podem influenciar na satisfação das pessoas e aumento da produtividade.
Para que as pessoas trabalhem bem, se envolvam com as suas atribuições e chamem para si a responsabilidade, elas precisam de um ambiente que promova o bem-estar, que as motivem e que as façam sentir motivadas e valorizadas. Assim, elas terão espaço para desenvolver sua criatividade e vão sentir o desejo de contribuir cada vez mais com a organização.
Por outro lado, esse comportamento integrado e comprometido do funcionário, que quer fazer acontecer e se sente parte integrante de algo maior, é mais vantajoso para a empresa em sentido financeiro, reduzindo os gastos com contratação e diminuição da produtividade.
Além da importância de enxergar o indivíduo como um todo, nessa mudança de gerações e relações de trabalho, temos hoje, trabalhadores mais exigentes, que desejam ser reconhecidos e valorizados.
Por isso, ter ações que promovem qualidade de vida no trabalho é importante para que a própria empresa possa se adaptar e atrair talentos que sejam compatíveis com sua missão, visão e valores.
Pessoas que vão se adaptar melhor ao ambiente e ter melhor desempenho e mais comprometimento. Para te ajudar a entender melhor, elencamos algumas vantagens abaixo.
Atualmente, as relações de trabalho têm passado por grandes modificações, muitas delas aceleradas desde a pandemia. Essas relações foram fortemente influenciadas pela evolução tecnológica, que também impacta a saúde mental dos colaboradores.
Nossa tecnologia está cada vez mais avançada, assim como as estatísticas a respeito das doenças mentais como depressão, ansiedade e Burnout. E o Brasil lidera na primeira posição na América Latina como o país com maior prevalência de depressão.
Dessa forma, as empresas têm se preocupado mais em criar um bom ambiente organizacional para reter os talentos e evitar a alta rotatividade, e tem feito isso por meio de ações que promovem qualidade de vida no trabalho, entre elas:
O absenteísmo é a falta de pontualidade e de assiduidade do funcionário. Acontece quando o colaborador começa a faltar ou atrasar, independentemente do motivo. Quando essa taxa é baixa não ocorre prejuízo para a empresa, mas se começar a aumentar, os efeitos serão negativos.
Além disso, esse fator também sinaliza que existem problemas no ambiente organizacional, que podem estar ligados à cultura da empresa ou a problemas estruturais.
O absenteísmo também está entre os problemas relacionados à diminuição da produtividade da empresa como um todo, indicando deficiências no sistema produtivo. Alguns dos motivos para esse fenômeno são:
Para mudar esse cenário, é possível usar a tecnologia para resolver alguns problemas, como encontrar perfis de profissionais que moram mais próximos do local do trabalho para prevenir faltas e atrasos, pode ser uma saída. Outra opção é permitir modelos de trabalho mais flexíveis, como o home office e o modelo híbrido, investindo na tecnologia para realização das atividades.
O turnover, que é a taxa de rotatividade dos colaboradores na empresa, mede a quantidade de funcionários que saem da organização em um dado período de tempo. Isso não necessariamente é ruim, visto que faz parte das adaptações no mercado e das novas demandas e necessidades dos clientes.
Mas quando é alto, pode impactar negativamente a organização no sentido financeiro, pois envolve todo o processo de desligamento com o pagamento dos encargos e contratação de uma nova pessoa, o que envolverá adaptação e treinamento.
Essas ações também podem impactar outros funcionários, que podem se sentir desmotivados, com acúmulo e sobrecarga de função, impactando na produtividade e capacidade do colaborador que absorve essas demandas, mesmo que temporariamente.
Quando a empresa começa a investir em qualidade de vida no trabalho, essa taxa reduz, porque ela começa a promover ações para melhorar alguns fatores dentro do ambiente, como:
A ações de qualidade de vida no trabalho envolvem ações e benefícios tanto para a vida pessoal quanto profissional desses funcionários, entendendo que existem outras áreas além do trabalho na vida dele e que elas também têm impacto na sua produtividade.
Isso ajuda a aumentar a satisfação do colaborador com a empresa e com seu trabalho. E muitas organizações já perceberam que um trabalhador satisfeito é também mais produtivo e comprometido com a sua função.
Além disso, ser produtivo não é fazer inúmeras tarefas sem pausas, mas trabalhar com foco, tempo de qualidade e concentração. Por isso, é bom evitar sobrecarregar esse colaborador com tarefas excessivas e dar tempo para que ele possa entregar suas demandas com qualidade.
Ter colaboradores saudáveis impacta de forma positiva a qualidade do trabalho. Por isso, muitas empresas colocam plano de saúde e plano odontológico como benefícios que não são descontados da folha de pagamento.
Além disso, os convênios com academias têm se tornado muito comuns, para ajudar esse profissional a ter mais bem-estar, pois o exercício físico está associado à melhora da ansiedade e depressão.
Você já percebeu que a gestão de pessoas ultrapassada pode trazer inúmeros prejuízos para a organização, pois acaba interferindo na lucratividade, na motivação e desempenho dos funcionários.
Ninguém quer trabalhar em um local com lideranças abusivas, metas inatingíveis, ambiente tenso, acúmulo de funções e baixa remuneração. Ao longo do tempo, isso se torna fatigante e o colaborador perde completamente a motivação. Mas que ações práticas você pode adotar para melhorar o bem-estar na sua empresa?
Organizar as atividades diárias ajuda a manter expectativas reais, porque envolve planejamento, e todo plano é feito antecipadamente, levando em consideração os imprevistos.
Por isso, deixe bem claro quais são as atividades diárias que o colaborador deverá desenvolver para que ele saiba exatamente o que a empresa e a equipe espera dele. Dessa forma, será mais fácil alinhar as expectativas e evitar cobranças desnecessárias.
Definir os prazos para as tarefas é um dos pontos mais importantes, para evitar frustrações e desentendimentos. Quando for definir as atividades, deixe bem claro o que deve ser feito todos os dias, toda semana e todo mês. Além disso, especifique o prazo para as tarefas mais pontuais.
O colaborador precisa se sentir confiante para desempenhar bem o seu trabalho e isso envolve ter os prazos muito bem definidos, para que ele se organize e pense na melhor forma de executar.
Promover um bom clima organizacional, tornando a empresa um lugar acolhedor para trabalhar, com confiança entre líderes e liderados, impacta diretamente no desempenho desse funcionário. Ele ficará mais engajado com o time e alcançará melhores resultados.
Terá um ambiente propício para se desenvolver, com bons relacionamentos e verá que seu potencial é reconhecido. Para isso, crie um clima de pertencimento, onde os líderes entendem a importância de se adaptar e levam em conta as opiniões dos funcionários e saibam dar um feedback assertivo e focado no desenvolvimento.
Algumas ações práticas podem ser tomadas para ajudar os colaboradores a ter mais disciplina e foco, pois existem alguns vilões que podem roubar o foco dos colaboradores:
A tecnologia está longe de ser a grande vilã, muito pelo contrário, ela pode ser uma grande aliada e utilizada para melhorar o foco, criar novos hábitos e gerenciar melhor o tempo e as atividades. Entre elas, podemos citar:
As áreas de descompressão são ambientes projetados para momentos de descanso e relaxamento, onde os colaboradores têm livre acesso. Isso ajuda muito nos momentos de pausa, onde os funcionários podem descansar e voltar com as ideias revigoradas.
Nesse espaço, com temas leves e divertidos, existem locais para descanso individual e também para reuniões criativas. A ideia é favorecer a desconexão temporária do trabalho. De modo que podem ter:
O psicólogo e autor do livro: Playfulness, Lucas Freire, acredita que resgatar o hábito de brincar pode nos ajudar a ser mais feliz no trabalho. Brincadeiras podem estimular a criatividade, as relações entre os colegas e aumentar a satisfação no trabalho.
Por isso, brincadeiras da nossa infância podem ser retomadas, como brincar com a luz fazendo sombra, telefone sem fio, adedonha e várias outras. Use a imaginação!
Vivemos conectados praticamente todo o tempo em que estamos acordados, principalmente no trabalho, onde ela é a ferramenta principal. Por isso, criar espaços onde os funcionários podem se desligar, ajuda muito a promover a qualidade de vida no trabalho. Espaços com livros, jogos de ping pong e outras atividades analógicas ajudam a recarregar o cérebro.
A música ajuda na liberação da dopamina, um neurotransmissor capaz de promover o bem-estar e reduzir o estresse. Ela é uma das artes mais apreciadas pelo ser humano e capaz de alterar nossas ondas cerebrais. Um som ambiente pode estimular a criatividade e promover o relaxamento, criando um ecossistema mais confortável e aconchegante para a realização das atividades.
Medir a qualidade de vida no trabalho é importante para saber se a empresa está conseguindo atender às expectativas e necessidades dos colaboradores.
Monitorando essas ações ela também vai conseguir visualizar de que forma esses colaboradores se enxergam dentro da empresa e como eles se sentem ocupando seus cargos. Para isso, alguns indicadores podem ser usados e nós elencamos alguns.
A pesquisa interna ajuda a medir a satisfação desse colaborador pra dar um retrato do ambiente da empresa. A forma mais simples de fazer isso é por meio de um questionário de pesquisa de opinião, perguntando o que ele acha sobre o trabalho, com um índice de satisfação em uma escala de 0 a 10.
Você poderá medir a taxa de absenteísmo por meio de um cálculo que é simples e vai te dar um dado da quantidade média de colaboradores que estão se ausentando do trabalho e quantos dias úteis foram perdidos. A fórmula mais usada e:
(quantidade média de colaboradores x total de dias úteis perdidos) ÷ (quantidade média de colaboradores x total de dias úteis) = absenteísmo.
Essas avaliações são usadas para medir a produtividade do colaborador e é considerada conjuntamente com as ações, como responsabilidade, comprometimento, pontualidade e presença.
O modelo mais recomendado é o 360º, onde todos os envolvidos, colaboradores, colegas, líderes e RH fazem as suas considerações. Assim, perspectivas de vários ângulos são analisadas e cruzadas e a avaliação não fica restrita a um único ponto de vista.
Optar por usar um software de controle de jornada pode facilitar muito a vida da empresa, pois a partir dele é possível automatizar alguns processos e registrar a jornada com segurança e precisão. Outros benefícios de usar esses softwares são:
A gestão da qualidade de vida no trabalho é um assunto cada vez mais importante no mundo corporativo. Ele representa o reflexo da globalização e mudanças de comportamentos entre gerações.
Ela também reafirma o quanto o capital humano é valioso para uma organização é capaz de influenciar diretamente o setor financeiro.
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